No obituário de Odete Lara (1929-2015) publicado no jornal O Globo (edição de 5/2/2015), o jornalista Luiz Filipe Reis afirma que Odete "teve relacionamentos também com o cineasta Fernando de Barros, com Vianinha e com Euclydes da Cunha."
Fernando de Barros foi diretor dos Estúdios Vera Cruz de cinema e, durante dez anos, crítico de cinema no extinto jornal "Última Hora" de Samuel Wainer. Mas ele largou o cinema pela moda e foi quem produziu a capa da revista O Cruzeiro (Diários Associados de Assis Chateaubriand) numa data histórica: o dia em que o Brasil entrou na Segunda Grande Guerra. Nesta capa, segundo depoimento de Fernando de Barros "o rosto feminino desenhado foi substituído, pela primeira vez no Brasil, pela foto do rosto de uma modelo, que foi maquiada e penteada."
Fernando de Barros foi para a Editora Abril em 1954. "Naquela época ainda não se falava em moda e muito menos em produção de moda no país. Havia apenas algumas (poucas) fábricas de roupas e umas lojas muito ruins", afirmou o jornalista.
Odete Lara foi modelo e consta que ela participou do primeiro desfile de moda realizado no Brasil. Da moda ela foi para o cinema, onde se tornou, de acordo com cineasta e produtor Luiz Carlos Barreto, "a primeira grande atriz do cinema brasileiro."
Observação: Páginas escaneadas do livro "A arte de ser bela" de Fernando de Barros mostram um retrato de Fernando de Barros (guache do artista plástico Carlos Scliar) e mais: fotos das atrizes Dulcina de Moraes e Bibi Ferreira,maquiadas por Fernando de Barros. No livro, Fernando de Barros fala da beleza inspirando-se nas atrizes do teatro e do cinema nacional, leia-se Estúdios Vera Cruz.
Hoje, o que se vê são pessoas falando em beleza inspirando-se nas atrizes da TV Globo, onde as novelas, sobretudo as das 21 horas, e alguns seriados lançam moda em todo território nacional. O cinema e o teatro nacional (no momento) não lançam moda ou modismo.
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