PARTE DA ELITE BRASILEIRA LUCRA COM O COMPLEXO DE VIRA-LATAS
No trecho de uma entrevista concedida à TV 247, o ex-ministro Celso Amorim afirmou que "parte da elite brasileira lucra com o complexo de vira-latas" que domina o comportamento atual do governo brasileiro.
(via Brasil 247)
"Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar (..)"
Para um Caetano Veloso que louva a nossa língua, a nossa fala, a nossa cultura, há, do outro lado, milhões de cidadãos e cidadãs que pouco se importam com a língua, com os costumes, com os hábitos, com a sabedoria popular brasileira.
O imortal escritor, teatrólogo e jornalista Nelson Rodrigues disse que temos "complexo de vira-lata". gostamos de bater palma para tudo que é estrangeiro, que é de fora.
No vestir, então, há ainda um grande domínio da cultura estrangeira, muitas vezes pouco se dando valor à nossa realidade climática.
Já existiu uma época em que no inverno tropical carioca as pessoas (da classe média) se vestiam copiando os rigores do inverno europeu.
E estas questões relativas ao nosso, como bem diz Nelson Rodrigues, "complexo de vira-lata", eu reflito no livro "O Brasil tem estilo?", editado pela Editora Senac em 2000, que se encontra, infelizmente, esgotado.
Busquei e busco refletir sobre o nosso Brasil esquecido. Sei que sou uma voz minoritária. Mas vale a pena a gente lutar pelo que acredita. Acredito que a industria da moda nacional para alcançar inclusive novos mercados e uma maior repercussão internacional necessita falar de nós, da nossa "aldeia", dos nossos hábitos, necessidades e realidade.
Escaneados: livro "O Brasil tem estilo?", editora Senac, 2000 e mais: entrevista com o vice-presidente da empresa multinacional L'Oreal (jornal O Globo, edição de 05 de dezembro de 2017); anúncio da sandália Yeep, publicado no jornal "Folha de São Paulo" em 2005. Onde estão, no momento, essas sandálias? Onde está o seu criador? Recomendo uma pesquisa através do deus Google. E lúcidas e inteligentes declarações, reflexões do ex- ministro das relações exteriores, Celso Amorim. além de um pequeno texto, também uma reflexão da escritora Jô Hallack. Boa leitura para todos e todas.
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjfuJrh-drYAhXQnJAKHT9iBAsQFggoMAA&url=https%3A%2F%2Fexame.abril.com.br%2Fmarketing%2Fempresario-vive-o-desafio-de-mudar-a-marca-m0061745%2F&usg=AOvVaw0XNcnwgNTJ5Y7kXKyfaIRz
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjfuJrh-drYAhXQnJAKHT9iBAsQFgg0MAI&url=https%3A%2F%2Fwww.istoedinheiro.com.br%2Fnoticias%2Fnegocios%2F20050224%2Fyepp-guerra-paz%2F21364&usg=AOvVaw0gzv52cnKye0khXs5TdNNV
https://youtu.be/tX7cqBreLUY
"Isso não é uma coisa só de um complexo, porque você se acha pior. Tem isso, sim, mas eu acho que tem gente no Brasil, uma parte da elite que ganha com o complexo de vira-latas. Esse é o ponto importante", destaca o ex-chanceler, que lembra que "o vira-lata, para ele ser aceito pelo dono, tem que lamber muito".
O ex-ministro explica de que forma a elite pode ganhar: "Ganha fazendo a intermediação do império, da potência hegemônica, vira o corretor. E o corretor não só de dinheiro, mas o corretor de ideias, porque assim que se assegura a dominação".
"No mundo de hoje você não pode imaginar que as tropas norte-americanas virão ao Brasil ocupar ali a Praça dos Três Poderes. Isso não vai acontecer, então as formas de dominação têm que ser mais sofisticadas", conclui. Ex- ministro Celso Amorim - via Brasil 247 - copiado e colado.
"A afirmação do senhor dos elegantes - "A Pátria precisa, principalmente, de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de País e do mundo"- me fez lembrar um texto maravilhoso do Veríssimo. Chama "Fora, povo".
"O Brasil, para dar certo, precisa trocar de povo. Esse que está aí é de péssima qualidade. Não sei qual seria a solução. Talvez alguma forma de terceirização, substituindo-se o que existe por algo mais escandinavo. As campanhas assistencialistas que tentam melhorar a qualidade do povo atual só a pioram, pois, se por um lado não ajudam muito, pelo outro o encorajam a continuar existindo. E pior, se multiplicando. Do que adianta botar comida no prato do povo e não ensinar a correta colocação dos talheres, ou a escolha de tópicos interessantes para comentar durante a refeição? Tente levar o povo a um restaurante da moda e prepare-se para um vexame. O povo brasileiro só envergonha a sua elite."
O melhor de tudo foi que, certa vez, comentando esta crônica, Veríssimo falou que recebeu uma carta de um leitor, o parabenizando pelo texto. "Ele entendia que eu estava brincando quando falava em “eliminar” o povo, o que seria uma impossibilidade, mas me cumprimentando pela coragem. Finalmente alguém apontava o dedo para os verdadeiros culpados pela nossa situação". Via Jô Hallack, postado no facebook, 06/02/2018 - copiado e colado.
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