Achei nos meus "tesouros de baú" uma reportagem (da jornalista Eliane Azevedo) onde a imortal escritora cearense Rachel de Queiroz descreve o processo de criação do livro (best-seller) "Memorial de Maria Moura".
Interessante observar que ao criar o personagem, a escritora pensa, imediatamente no seu modo de vestir. Em anotações, manuscritos, emendas feitas pela autora durante a elaboração do texto, podemos ver o processo de criação da personalidade, do jeito de ser, de viver, os desejos, os sonhos, e o jeito de vestir do personagem.
"No caso da Maria Moura, quem adivinharia que a mocinha, nas primeiras anotações feitas por Rachel de Queiróz, na agenda, a escritora tinha o hábito de tomar notas em papéis avulsos -- compondo a característica dos personagens (leia, o seu modo de ser) e a sinopse da história, antes de começar o livro -- era uma viúva, com filhos e netos, "alta, magra, azeitonada, cara de índia? olhos verdes. Veste roupa de couro, perneiras, gibão, como um homem (....) Quando está amando, roupa de mulher - cabeção de renda, anágua de babados?"
Como é o romance? "O romance de Maria Moura se passa no interior do nordeste, no século 19 - provavelmente, entre 1830 e 1840 - e retrata os primórdios do cangaço. A personagem-título, ainda jovem, mora com a mãe e o padrasto, numa propriedade que pertence à família, onde levam uma vida confortável. Um dia, Maria Moura encontra sua mãe morta e descobre que o assassino foi o padrasto. Ele tenta seduzi-la para ficar com ela e os bens que a moça herdou. A partir daí nasce uma nova mulher, que inicia sua saga mandando matar seu malfeitor." (texto de Marlene Gomes Mendes, professora de Letras da UFF , RJ)
Os escritores criam personagens e modos de vestir, de acordo com a personalidade e o jeito de viver dos personagens criados. Tudo é ficção. Mas aonde acaba a ficção e começa a realidade?
Acima, Rachel de Queiróz, a autora de "Memorial de Maria Moura". Abaixo, Glória Pirez interpretando o personagem numa minissérie da TV Globo. O figurino traduz o personagem.
Os escritores criam personagens e modos de vestir, de acordo com a personalidade e o jeito de viver dos personagens criados. Tudo é ficção. Mas aonde acaba a ficção e começa a realidade?
Acima, Rachel de Queiróz, a autora de "Memorial de Maria Moura". Abaixo, Glória Pirez interpretando o personagem numa minissérie da TV Globo. O figurino traduz o personagem.
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