sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vista-se como você é!

O livro vista-se como você é: O título quem me deu de presente foi a Ana Maria Santeiro, minha agente literária. O conteúdo do livro, bem, este foi sendo gerado durante anos de trabalho na Editora Bloch e na Editora Abril.
Sempre gostei de responder às cartas da leitoras que traziam perguntas, dúvidas, expressavam insegurança sobre o qual estilo era melhor para os seus corpos. O diretor da revista Desfile, Roberto Barreira, ou a diretora de redação, Vera Gertel, me entregavam as cartas das leitoras com dúvidas.
Comecei a responder a uma, e depois viraram dezenas.
Por acaso, a Revista Manequim me convidou para ter uma coluna de uma página que se chamava Lição de Moda. Comecei fazendo uma página mensal. A pauta vinha da redação em São Paulo; a pesquisa para o tema do mês, que poderia ser, por exemplo, golas, eu fazia folheando revistas nacionais e estrangeiras. Cabia ao artista plástico Antonio Pereira da Silva, fazer os desenhos correspondentes. Eu assinava com o nome de Ruth Tavares, que vinha a ser meu nome com o sobrenome de solteira da minha mãe. Aliás, eu sempre desejei ter Tavares no nome, só que mamãe não colocou no meu nome o seu sobrenome. Então, eu o adotei como pseudônimo.
A ´página simples de Lição de Moda, tornou-se em pouco tempo, uma página dupla. A cada edição da página, chegavam dezenas de cartas de leitoras. A secretária de redação da Revista Manequim em São Paulo, me enviava as cartas, que eu respondia utilizando um computador. Mas na época não existia ainda e-mail. As respostas que eu escrevia eram , então, enviadas pela sucursal da editora Abril no Rio de Janeiro para São Paulo, e lá a secretaria colocava cada resposta em um envelope e as remetia para a casa da leitora.
Creio que este foi o grande sucesso da Lição de Moda: a leitora recebia em sua casa a resposta para o seu problema estético, o que lhe garantia que não veria seu problema, sua insegurança, sua dúvida publicada na revista.
Com o tempo, as pautas da Lição de Moda eram realizadas a partir das dúvidas, dos questionamentos enviados pelas leitoras. Ou seja, as cartas eram a pauta da seção que passou a ocupar uma página dupla da Revista Manequim. A seção durou uns quatro a cinco anos. Quando acabou, eu pedi autorização à jornalista Nina Iughetti, então diretora de redação da revista Manequim, para realizar um livro com as dúvidas das leitoras, mas mantendo no anonimato o nome delas.
O livro foi escrito e editado, pela Editora L&PM, de Porto Alegre, RS. Ele traz também entrevistas com modelos e estilistas e traz pequenas dicas para cada tipo de corpo que eu fui "parindo" à medida em que procurava soluções para as tão comuns imperfeições corporais. Pois na verdade não existe um corpo perfeito. E nunca existirá. As imperfeições fazem parte da vida