domingo, 11 de novembro de 2018

HETEROSSEXUALIDADE DE VIDRO

Imagem relacionada
Resultado de imagem para rafael bueno estilista

Resultado de imagem para rafael bueno estilista

heterossexualidade
/cs/
substantivo feminino
  1. condição ou caráter de heterossexual.

"A heterossexualidade tem sido identificada, ao longo da história e na maioria das civilizações, como a normal ou natural, decorrendo diretamente da função biológica relacionada com o instinto sexual reprodutor sendo tudo o resto anormal ou antinatural"   Via Google

       Regina Guerreiro já havia alertado, faz tempo: "a maioria, no Brasil,  crê que moda é assunto de mulher ou de homossexual." 

      A convivência com homossexuais talentosos nas redações de revistas femininas e na produção de editoriais de moda,   me levou a escrever o livro "Nasci Gay", que infelizmente não consegui editar em papel. Tornou-se,  (digo uma vez mais) um livro-blog, graças à colaboração de um designer incrível, talentoso, chamado Antonio Kvalo.  
 Para ler, basta acessar: www.http://nascigay.blogspot.com.br  

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

OS PÉS CONTAM HISTÓRIAS



Participei , escrevendo dois capítulos, do livro  "Sapatos - 1900-2008) organizado por Perla Nahum e Fernando de Barros (in Memoriam).
Os pés brasileiros contam histórias desde o momento em que aqui chegaram os portugueses e encontraram os índios nus e.... descalços. 
 Descalços também viviam os escravos. Vale lembrar que o Brasil só libertou seus escravos em 1888.  Sapatos eram de uso limitado, restrito aos nobres e à burguesia, já que os escravos, vale novamente destacar, só podiam andar descalços.  
De acordo com o historiador Luis Edmundo "são extintos, quebrados a martelo, por decreto de D.Maria (que entrou para a historia como  "A louca") todos os teares do Brasil no ano de 1780/81, sendo que se proíbe aos governadores o recebimento em audiência, de pessoas vestindo roupas feitas com tecidos não fabricados na Metrópole (...)  Até os sapateiros não podiam trabalhar em couro que não tivesse vindo da longínqua Metrópole. Na época, toda cultura que a nobreza e a burguesia nacional calçavam, toda cultura que vestiam, toda cultura que era lida, vinha da Europa.
 E nos dias de hoje as pessoas continuam com a mesma cabeça...






Escaneado: capa da revista Carta Capital, edição de 3 de dezembro de 2003; nota sobre os sapatos exibidos no Museu da História Militar em Dresden, na Alemanha. Exposição: "Sapatos dos Mortos - Dresden e o Holocausto reverencia a memória dos cidadãos judeus que foram transportados das estações de trem de Dresdren para os campos de concentração nazistas." (nota publicada no jornal O Globo) e mais: capa do livro "Sapatos: crônica de uma Sedução - 1900-2008" edição em comemoração dos 40 anos da Francal. E abaixo, alguns textos, algumas reflexões que copiei do facebook e aqui colei.







https://www.facebook.com/coleguinhas.univos/photos/a.573197389485483/1166331683505381/?type=3&eid=ARDAE2eq8hSDbQSrOM0njQQBDz9r1Ba6bOnwLJ8I2YQn56athPC-ui3TasFzuuI1I0Lvp22tUW-M_xwX&__xts__%5B0%5D=68.ARAin-zKznS72mbbyKUMDTHvgmN1DtyNfK3xTLoK9hWTwHprdd7VouyRR7kojcpZVfmwSC41iDjk85yqYsppU7nLlhir5D1fTxj91aIkn38j85iHM5oszeAGtXFE2wEFikfEmntV6DZc46i_xLJ2zUPx9K0Jm5b6Zq_DY0e6ZSZsR_XiJVPE4JHdyuj-abiyG4jTckoNNuHdq4E5nQfVzSXbk9EIbYCiigS3imj2U3vd3vqfAgfGrXk&__tn__=EEHH-R - Seremos todos e todas escravos de ganho?







Clinicas médicas populares, proliferando na zona sul. Uma pergunta: se há atendimento por R$ 55,00 por que há atendimentos só por planos de saúde caríssimos ou para poucos, atendimentos por hum mil reais com médicos que inclusive dispensam trabalhar para planos?  Desigualdade nos pés e no corpo, através da desigualdade na saúde, alimentação, etc. Desigualdade é a tônica? Gerar desigualdades faz parte da cultura nacional? 








Essa é Dorothy Counts, a primeira mulher negra a entrar em uma “escola de brancos” nos EUA , em 1957. Todos riram e zombaram dela por sua cor.
No Brasil a presença de negros no ensino superior é algo recente e se depender do presidente eleito, o sistema de cotas está com os dias contados. Espero que ele sugira algo mais eficiente para romper um dos elos do periodo mais triste da história do Brasil que foi a escravidão. Facebook - 06/11/2017 - Postado pelo Ronaldo Fraga, estilista mineiro, membro da Academia Brasileira da Moda - ABM.



João Lopes

14 h
Eu digo sempre: muito do empresariado brasileiro parece que é anticapitalista. Prefere perder um enorme mercado interno só para não dar poder aquisitivo a 150 milhões de pessoas.
Para esses anticapitalistas, basta a reduzida classe média branca.
Por absoluto ódio de classe, não querem vender suas bugigangas para o maior número de pessoas, não querem lucro, preferem fechar suas indústrias e lojas a deixar que a "negraiada" e a "nordestinada" possam consumir. (...)  facebook - copiado e colado - 05-06/11/2018

Se é ame-o ou deixe-o, quero dizer que já deixei faz muito tempo.Tenho pouquíssimo interesse pessoal no Brasil. Não gosto do Brasil; é mais honesto dizer. Eu gosto é da brasilidade, essa comunidade de sentidos, afetos, sonoridades, rasuras, contradições, naufrágios, ilhas fugidias. identidades inviáveis, subversões cotidianas, voo de arara e picada de maribondo, saravá e samba. Coisas que o Brasil, o estado colonial brasileiro delimitado em marcos territoriais, a burocracia, a República, como a Monarquia, odeiam. Essa arte de viver na síncopa, no drible, na dobra do tambor, na oração dos romeiros, na dança lenta de Oxalufã, nas delicadezas do Reisado, nas rodas de cirandas, nas oferendas do Divino, na suavidade dos sons bonitos, no esporro dos tambores e na imponência calada das gameleiras. O Brasil tem verdadeiro horror da brasilidade, essa bruma incerta que une os marujos da nau sem rumo, a filha das putas, dos fodidos, dos lanhados, dos exterminados, dos encantados, contra o vento, contra o rei, contra a lei, contra o altíssimo, contra a foice, o facão, o canhão e o arado. Eu já deixei o Brasil - esse empreendimento horroroso de morte e desencanto - faz tempo e fui morar, arriar padê e cuspir marafo na encruzilhada da brasilidade, a sua maior inimiga.
Texto: Luiz Antonio Simas