"Imagem é uma memória cultural; imagem é um espelho retrovisor pelo qual se olha o passado para construir o presente, reconfigurando-se para criar imagens novas," afirma o professor Vicente Sánchez-Biosca, da Universidade de Valencia, na Espanha.
Nos atuais conflitos nas favelas do Rio de Janeiro,agora conhecidas como comunidades, a imagem feminina é, apesar de estar em campo de guerra, de passividade e sensualidade - veja a foto acima de Bruno Itan/Olhar Complexo: moça posando no "Beco da Siria", parte alta da favela do Jacarezinho, onde as paredes "são crivadas de bala."
Numa linguagem visual oposta estão as personagens da comédia "Galère au Brèsil, que acaba de estrear no Canadá." Segundo o jornal O Globo a comédia "Galère au Brèsil, enlameia a imagem do Rio. (...)" Na foto, elas aparecem com armas de guerra(...).
Já os homens, os soldados do exército, das forças armadas que estão ocupando a favela da Rocinha (RJ)"têm usado um lenço que mais parece máscaras de personagens de filme de terror, a maioria com desenhos de caveiras."
Vale refletir sobre a imagem feminina e imagem masculina que a mídia divulga ao editar matérias sobre a guerra nas favelas cariocas, sobretudo durante a atual ocupação da favela da Rocinha pelas tropas do exército nacional.
Fonte: reportagens recentemente publicadas no jornal O Globo e mais uma reportagem em "Conte algo que não sei" com o Vicente Sánchez Biosca, professor da Universidade de Valencia, Espanha, jornal O Globo, página 2, edição de 5 de dezembro de 2016.
Rio, 30 de setembro de 2017
A imagem feminina de biquíni, na passarela , a imagem masculina de costas, totalmente vestida, no anúncio que vem sendo publicado no caderno Ela, do jornal O Globo para divulgar a quarta edição do "Veste Rio", cujo slogan é "Um dos mais consagrados eventos da moda do país está de volta." Sic! Consagrado foi o Moda Rio, no século XX, sem saudosismo algum. Pois foi na ocasião, naquele momento histórico, a união de talentos incríveis. Consagrada é a música Garota de Ipanema, de Tom e Vinicius.
Assim com o sistema Globo está há três anos transmitindo diariamente o "lava-jato, lava-limpo, lava-omo", denegrindo a imagem de todo e qualquer politico brasileiro - que viraram, a partir desta intensa lavagem cerebral na cabeça dos passivos telespectadores, sinônimo de ladrões - exploram, no marketing da moda, no caso do Veste Rio, a imagem da mulher carioca de biquíni, na passarela e o homem de bermudas, de costas ...
Uma imagem ou uma inverdade repetida mil vezes passa a ser incorporada por todos e considerada normal, banal.
Ontem ouvi, mais uma vez, transeuntes na rua falando indignados que todo politico é ladrão, assim como estão considerando todo empresário (nacional, vale destacar) ladrão, também. Por que então não vender nossa luz, nossas riquezas enfim para os estrangeiros, que vão saber administrar para nós? Ouvi esta indagação nas ruas, ontem. Como bem disse o escritor Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra.
A "fala" do imortal escritor também cai como uma luva no caso dos profissionais que realizam o marketing e publicidade do "Veste Rio". Por que a mulher de biquini na passarela e o homem de bermuda e de costas? Dois pesos e duas medidas, na divulgação da imagem feminina e masculina? Por que? Alguém tem a resposta?
A "fala" do imortal escritor também cai como uma luva no caso dos profissionais que realizam o marketing e publicidade do "Veste Rio". Por que a mulher de biquini na passarela e o homem de bermuda e de costas? Dois pesos e duas medidas, na divulgação da imagem feminina e masculina? Por que? Alguém tem a resposta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário