segunda-feira, 20 de junho de 2011

GOSTO SE DISCUTE

Por Ruth Joffily

(texto-prefácio do livro “Esquadrão da Moda” de Clinton Kelly e Stacy London, editado no
Brasil pela Prestígio Editorial, 2007)

Um olho nas vitrines, nos últimos lançamentos da moda, e o outrono que os outros pensam.

Nós, brasileiros, homens e mulheres, sempre fomos presos ao julgamento alheio, ao
que “podem pensar” sobre nós.Conclusão: é comum virarmos as costas para quem somos e,
consequentemente, nos vestirmos ostentando grifes consagradas, que dão status, mas não
garantem um estilo que combine com a nossa personalidade, nosso jeito de ser e de viver.

Daí é comum ver homens e mulheres “uniformizadas” nas ruas, nos locais de trabalho e de
lazer, esperando, como eternos adolescentes, não destoar do grupo e ter o comportamento de
rebanho.

Além disso, nós , mulheres, somos muito exigentes conosco mesmas: nosso olhar crítico vê
como uma desgraça qualquer celulite, qualquer gordurinha localizada, qualquer busto meio
caído. A busca pelo corpo perfeito leva o Brasil a ser o país campeão em cirurgia plástica.
Ignoramos os riscos comuns a qualquer intervenção cirúrgica, como a anestesia, os cortes, os
pontos.

Mas não estou aqui para liderar uma campanha “abaixo a cirurgia plástica”. Estou aqui para
apresentar um livro que traz sabias e simples dicas estéticas para o corpo de mulheres e
homens. Para os autores, cada um de nós deve ser quem realmente é. Ou seja, somos o que
somos.

Para encontrar o nosso próprio visual, devemos nos submeter não a um bisturi, e sim a um
bom espelho, daqueles que a gente se vê de corpo inteiro.

No programa “Esquadrão da moda” há um espelho de 360 graus, através do qual cada
candidato ao autoconhecimento físico passa por uma prova de fogo: encarar o próprio corpo
em vários ângulos, aceitando o que há de correto e de incorreto. Ou seja, aceitar como se é,
realmente.

A ficção e a realidade se confundem nas ruas. É comum ver nos grandes centros urbanos
brasileiros pessoas que adotam a estética dos personagens das novelas com grandes índices
de audiência. E onde ficam os seres humanos normais? Onde ficam os bustos grandes? Onde
ficam os manequins que vão de 44 a 50? Onde ficam os (as) baixinhos (as)? Onde ficam os
(as) barrigudinhos (as)? Se a vida é um espetáculo, em que há fome de consumo de imagens,
a solução está em um franco diálogo entre você e o seu corpo, numa harmonia entre corpo e
mente.

Devemos ser quem realmente somos. Pois o nosso corpo e a nossa postura corporal estão
sujeitos à dinâmica da história. Cabe a nós enxergar, no cotidiano, o nosso lado invisível, sem
dar atenção aos conselhos padronizados de “boa etiqueta, bom comportamento”. E, sim,
ouvir nós mesmos e as nossas reais necessidades estéticas, o nosso real gosto. Assim afirmam
Clinton Kelly e Stacy London, que aqui, neste livro, nos orientam, com simplicidade, na busca
de um estilo de acordo com o nosso corpo. Uma coisa é certa: estética não é um bicho de sete
cabeças e está ao alcance de todos. Pois se vestir bem não significa comprar roupas caríssimas,
de grife. Vestir-se bem é, sobretudo, encontrar um estilo próprio, que fale por você. Bom
proveito!”

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