quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O ESPARTILHO










     O uso do espartilho representou, para as mulheres, dores e lágrimas. Mas elas faziam o sacrifício em nome da beleza, ou melhor, para serem, na época, consideradas belas.
     Fala-se muito  dos pés atrofiados das mulheres chinesas e pouco das cinturas atrofiadas das nossas bisavós.

     
     As chinesas amarravam seus pés, a fim de ser mantida uma diferença entre a mulher-ócio e a mulher que trabalhava. Esta segunda tinha os pés normais. Os pés menores, atrofiados da mulher-ócio despertavam o sentimento de proteção do homem. 
      As cinturas finas das nossas bisavós tinham como objetivo também mostrar que o homem, numa só braçada, podia envolver esta mulher-cálice.  
     O objetivo era também de externar uma (aparente) fragilidade feminina. E naqueles tempos a mulher, geralmente, tinha uma silhueta mais robusta. Daí o sacrifício físico de se deixar apertar naqueles espartilhos. Muitas se deixavam apertar pelos espartilhos mesmo quando estavam nos primeiros meses da gravidez,  o que prejudicava também o feto.
     O resultado do uso constante de espartilhos gerou, em uma geração de mulheres, atrofiamentos das costelas, danos na caixa torácica (consequentemente pouco ar saía dos pulmões),  coluna contorcida, danos  nos rins e nos ossos da bacia. 
     Saúde não era (e ainda infelizmente não é) fundamental para muitas mulheres.  Elas faziam (e muitas ainda fazem) todos os sacrifícios em busca da estética aprovada (e aclamada) pela sociedade.

Bibliografia: "The Agony of fashion," de Eline Canter Cremers
      








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