sábado, 12 de março de 2016

DUAS COSTUREIRAS, DUAS MULHERES QUE FIZERAM HISTORIA








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Zuzu Angel e Rosa Parks: tiveram em comum o oficio de costureira e a capacidade de lutarem pelos seus sonhos e de indignarem com as injustiças  (na época, oficiais) dos seus países de origem, de nascimento.

 
  
     ZUZU ANGEL (nasceu em Curvelo, MG em 1921;foi assassinada no Rio de Janeiro em 1976). Essa mineira conseguiu, com as suas coleções, nos anos 60, o que até então nenhum costureiro brasileiro conquistara: páginas inteiras em grandes jornais norte-americanos como The New York Times e The New York Post. Zuleika (Zuzu) Angel Jones exportou muito dos seus modelos made in Brazil para os Estados Unidos, competindo de forma amplamente vitoriosa no sofisticado campo da moda internacional.
     Ao criar seus modelos, Zuzu dizia: "Gosto que a mulher fale, que se expresse." E isto incomodava numa época em que a mulher não tinha voz própria. Era o homem, o costureiro, quem falava e impunha os seus desejos e sua estética à clientela. feminina. Parênteses: até 1962, ano em que foram aprovadas mudanças noCódigo Civil (lei 4121, criada pela advogada Romy Medeiros), a mulher brasileira não podia viajar e nem ter conta em banco ou fazer uma cesariana sem autorização do marido, que era legalmente dono do destino da mulher. Zuzu não foi uma Tiradentes, mas realizou sua revolução contra a submissão e gostava de afirmar: " Quando se diz, no Brasil, costureiro, o que se visualiza? Um criador, um artista. Já a costureira, o que se visualiza? Uma mulher debruçada sobre uma máquina, que faz modelinhos ao gosto do freguês, enfim uma coitadinha ...."
     Em seu depoimento ao Conselho Nacional das Mulheres, em 1972, declarou: "o desprestígio, a despersonalização da mulher são tão grandes que, em se tratando de trabalho profissional, bastar mudar o gênero feminino para o masculino e a profissão sobe de nível e se transforma em algo de valor"
     Quando seu filho, Stuart Angel Jones, desapareceu e foi assassinado nas prisões da ditadura militar, aquela mulher valente, audaciosa, corajosa, que enfrentava qualquer parada, se viu impotente. Apesar de muito bem relacionada, andava às cegas e não conseguiu sequer um esclarecimento e nenhum apoio de generais, ministros e políticos do alto escalão do governo Emilio Garrastazu Médici.
     Anjos feridos, anjos e tanques de guerra e manchas de sangue, foram os motivos das estampas criadas por Zuzu Angel para denunciar em um desfile que realizou no consulado do Brasil em Nova York  (EUA) em 1971, o assassinato de seu filho, que tinha dupla nacionalidade (brasileira e norte-americana) pelo governo militar chefiado por Emilio Garrastazu Médici. Essa foi a primeira moda política que se tem noticia. Zuzu incomodou muitas autoridades nacionais , com as denúncias políticas que fez no exterior, mais precisamente nos EUA, país onde nasceu seu ex-marido e pai dos seus três filhos: Studart, Hildegard e Ana Cristina.
     Quando voltou ao Brasil, após ter deixado relatórios sobre a morte de Stuart na ONU e no sendado norte-americano, Zuzu começou a ser seguida, a receber ameaças pelo telefone e teve a sua única loja, localizada no Leblon (zona sul, RJ) incendiada. Sua morte  em 1976 foi um assassinato com motivações políticas.

   
     
ROSA LOUISE MCCAULEY, mais conhecida como ROSA PARKS (1913-2005),  foi uma costureira negra norte-americana, que ficou famosa em 1 de dezembro de 1955 por ter-se recusado a ceder o seu lugar no ônibus a um branco. Rose tornou-se, então, o estopim do movimento que foi denominado 'boicote aos ônibus de Montgomery", no Alabama,   e posteriormente marco do inicio da luta antissegregacionista.
     
      Desde 1900, o transporte público da cidade de Montgomery, no estado de Alabama, era legalmente segregado por raça/etnia. Muitos estados sulistas também tinham leis similares. A comunidade negra reclamava do sistema imposto. Mas as cortes estaduais norte-americanas apoiavam a segregação.

     No dia 1 de dezembro de 1955, Rosa Parks pegou um ônibus no centro da cidade de Montgomery, pagou sua passagem e se sentou na primeira fileira de assentos reservados para negros. E o ônibus foi enchendo na segunda ou terceira parada após a entrada de Rosa. 
     O motorista James F. Blake  notou, então, que dois ou três passageiros brancos estavam em pé. Para resolver o problema, ele mudou o sinal colored (traduzindo ao pé da letra, "pessoa de cor") para trás da fileira onde Rosa Parks estava. E Blake exigiu que os passageiros negros sentados levantassem para que os brancos pudessem sentar. Enquanto os três outros negros se levantaram, Rose se recusou. 
     Blake chamou a policia e mandou prender Rosa Parks. Quando o policial chegou ela perguntou: "Por que vocês mexem com a gente assim?  E o policial respondeu: "Eu não sei lhe dizer. Mas lei é lei e você está presa."
     Anos depois, numa entrevista, ao se lembrar do seu ato de protesto pacífico, Rosa Parks afirmou: "meu corpo foi tomado por uma determinação como uma colcha numa noite de frio."

 Fontes: textos que escrevi sobre Zuzu Angel, inclusive para duas exposições sobre ela . Dados sobre Rosa Parks, na sua autobiografia e nas redes sociais. 
Quem desejar ler mais sobre estas históricas e imortais costureiras, há livros, filmes e muitos artigos nas redes sociais. Boa leitura para todas e todos. 
Imagens de Zuzu Angel e Rosa Parks.


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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208391444724358&set=p.10208391444724358&type=3

http://textileindustry.ning.com/forum/topics/n-s-precisamos-falar-sobre-as-mulheres-por-tr-s-das-nossas-roupas

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