domingo, 9 de setembro de 2018

A FONTE DA CULTURA NO DIA-A-DIA

Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português.... Frase de Oswald de Andrade.



      Traduzir no vestir, sua aldeia. Transformar histórias em roupas, em estética. 
       A história, segundo Elisa Lucinda, é um passado que educa o presente. 
      A construção de uma brasilidade pode nos devolver uma felicidade possível. 
      Brincar com os símbolos, usar os símbolos como uma expressão, uma estética. 
     
 
      Em recente encontro com o estilista Luiz de Freitas, ele me disse: " Só sou estilista porque fui à escola, eu estudei e adquiri sensibilidade para criar;um estilista não pode ser ignorante porque ao se vestir um ser humano está fazendo cultura. "
      Vale destacar que Luiz de Freitas vestiu a intelectualidade moderna brasileira. Sua etiqueta Mr. Wonderful é um marco histórico. Abaixo, nas fotos Luiz de Freitas e Luiz de Freitas com a Veluma,  primeira modelo negra brasileira.
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     Na biografia de Carlos Prestes escrita e lançada (primeiro na Argentina) em 1942 por Jorge Amado,  há um carta  escrita pelo também escritor Oswald de Andrade. Reproduzo aqui a carta:

                         São Paulo, 20 de abril de 1945

"Jorge,
     Agora que vai sair a edição nacional do seu A.B.C de Prestes, conviria retificar uma nota pitoresca que você refere a meu respeito. Eu não comparecia às festas de Júlio Prestes com fraque vermelho. Nunca chegaria a esse requinte de elegância subversiva. O que se deu foi o seguinte: no banquete de lançamento da candidatura paulista, no Rio, eu tendo me esquecido de levar daqui uma camisa branca de smocking, pus uma cor de vinho, pois à noite não tinha meios de comprar outra. O fato foi tomado como  "futurismo". Aliás, isso se dava sempre naquela época. Vila Lobos, estando com um calo arruinado durante a Semana de Arte Moderna, teve que reger de casaca e chinelo. Também isso ficou como "futurismo" e contribuiu para que a vaia fosse maior.
         Convém aparar esses equívocos que vigoram ainda em torno de um movimento sério como foi o nosso naquela época. Astrogildo Pereira considera a Semana de Arte Moderna e o Tenentismo, ambos de 1922 (primeiro centenário da independência), como dois movimentos decisivos da história brasileira contemporânea. É verdade que esses dois cometimentos autonomistas só tomam sentido quando se reúnem em torno de uma figura: -- Prestes. Pois destacada dele e não terminando nele, a Semana de 22 só seria um reajustamento burguês das letras nacionais, como notei no prefácio "Serafim Ponte Grande", que você cita.
        É o que lhe tinha a dizer o seu velho e grato admirador

                                                                           Oswald de Andrade








Nas fotos, índios nus,  que encontrei, via Google e copiei e colei. Reparem que os índios  (nus) estão com uma "cruz vermelha" censurando o sexo; há logo a seguir, foto de índios vestidos, reproduzindo nas imagens, o poema de Oswald de Andrade. Ou seja, os portugueses chegaram aqui e foram impondo sua cultura européia.


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