sexta-feira, 26 de abril de 2019

O PÂNICO DA EXPERIÊNCIA

Há quem comece a exercer um ofício só aos 50 anos como  Raymond Chandler, que virou escritor depois de perder o emprego numa refinaria. Mas acabou consolidando o romance policial como gênero. A literatura, assim como as artes de maneira geral, está cheia de garotos e garotas prodígio que --como bem afirma o escritor Ronaldo Bressane -- "não vingaram ou que foram fenecendo e de escritores (as) que começaram tarde mas mantiveram uma linha ascendente até o fim."

    A vida (incluo aqui a arte) não é corrida de cavalo: tanto faz quem larga no pelotão de frente como quem começa na retaguarda. E há muitas idéias "originais" que, na verdade, são incorporadas de terceiros ... E uma criação, na maioria das vezes, incorpora elementos pré-existentes ...
Mas para o Senac -- de acordo com o seu "Questionário de Avaliação de Palestras", distribuído entre ouvintes das palestras organizadas pelo Senac no "Veste Rio"-- a vida e a criação a partir dos 45 anos não importa. 
No "Questionário de Avaliação de Palestras", distribuído no "Veste Rio (25 a 28 de abril de 2019)", a pergunta número 16 é: "Qual a sua idade?" E as opções de resposta são: " ( ) Até 18 anos; ( ) Entre 19 e 25 anos; ( ) Entre 26 e 35 anos; ( ) Entre 36 e 45 anos; ( ) Acima de 45 anos."

 Há uma parcela grande de mulheres e LGBTIs na industria da moda nacional: Portanto, o questionário do Senac, no quesito idade,  transpira  preconceito. 
E coloca no mesmo hall uma parcela substancial, uma grande parcela melhor dizendo, da população brasileira, país que não é mais do futuro e tem, faz tempo, uma enorme população  com mais de 60 anos. Muitos ainda na ativa -- trabalhando ou vivendo de "bicos" -- até porque a aposentadoria , via INSS, tem um teto que não garante, para a maioria, sequer cinco mil reais mensais. E olha que a reforma , via Paulo Guedes, via o mito, ainda não foi aprovada ... 




 Copiado e colado - do Facebook
"Essa semana vi pessoalmente ou assisti online diversas palestras sobre futuro do trabalho, e todas tinham a mesma tônica convergente: qualquer função que possa ser mapeada numa sequência lógica de tarefas será feita por Inteligência Artificial. Dirigir um Uber, pilotar um Boeing, aplicar anestesia na mesa de operação, nada disso será executado por humanos muito em breve.
Não somos bons em tarefas repetitivas, ponto. O que nos restará? Habilidades envolvendo a complexidade humana, criatividade, soft skills, empatia. Isso os robôs resolvem mal e seguirão assim por um bom tempo.
Enquanto isso o que o governo Bolsonaro prega?
- Tabuada na escola
- Método fônico na alfabetização (bê-com-á-bá)
- Fim dos cursos de Filosofia e Sociologia das universidades públicas
Criação de robozinhos que já entrarão no mercado obsoletos.
Brasil, um país sem futuro".
Do Mike Ribera

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