quinta-feira, 14 de maio de 2015

MODA ESTADUNIDENSE - 1990- 1999


                                                A última década do milênio é uma das mais extremas. Ela se iniciou com uma recessão no mercado norte-americano e se aproximou do seu fim apresentando um dos mais fortes mercados da história.
                                               Assim que se iniciaram os anos 90, morre, quase simbolicamente, a legendária editora de moda Diane Vreeland. Os fronts da moda enxergam o estilo "inacabado" sustentado, em parte, pelo grunge e sua desconstrução. O próximo passo é aparar, despojando o minimalismo praticado por Helmut Lang, Calvin Klein, Jill Sander e Ann Demeulemeester. 
       
                                    

                                              Enquanto isso, Bernard Arnault sacude/agita o mercado trazendo sangue novo para o seu grupo LVMH. Nos escritórios e nos locais de trabalho, os códigos do bem vestir racham, se fragmentam: conforto e cocooning dominam o estilo casual ou a tendência casual e às sextas-feiras levam para o trabalho um guarda-roupa relaxante, de lazer. E a moda caminha para a globalização. Crescem, no mercado norte-americano, as compras pela TV e via internet , o que torna multibilionária a aventura do dólar.
                                             A economia reergue-se com a eleição de Bill Clinton. Carne (steak) e charutos voltam a ser moda. Novamente, o estilo dos anos 80 voltou, mas não necessariamente com brilho carregado, e sim a atitude, da época, de comprar bem, de comprar esbanjando. Mas antes que se pense que a moda não tinha importância é sempre bom lembrar que  "certa artimanha presidencial" transformou um vestido azul-marinho da GAP e uma boina da DKNY em notícia nas primeiras páginas dos jornais e revistas.

                                        FATOR GRUNGE

                                          O crescente movimento/estilo grunge chega ao seu auge na coleção de Perry Ellis para a primavera de 1993 numa, agora, mal afamada coleção, criada por Marc Jacobs. Mas esta coleção se torna uma das declarações mais originais da moda desta época, em grande parte em função da reação negativa que ela provoca. Passando de mão em mão e com o renovado interesse por Margiela, que inspira a desconstrução, o grunge é adotado pelos principais estilistas. Mas fracassou, miseravelmente, no varejo. Apesar de ter ganho o prêmio CFDA, Marc Jacobs é demitido e Perry Ellis suspende a sua coleção feminina. Em 1997, Jacobs é de novo premiado. Desta vez com a sua própria coleção.

                                         O RETORNO

                                              No mais dramático retorno do período, a marca Gucci é inteiramente modificada. Após o assassinato de Maurizio Gucci, a familia Gucci não está mais na administração da companhia. CEO Domenico de Sole e o estilista Tom Ford trazem de volta o espírito da marca através de uma distribuição exclusiva e muito apelo sensual. E a companhia Gucci se torna um "bilhete premiado" e sua matriz , a Invescorp, enreda, no negócio, a colossal quantia de 1.7 bilhões de dólares. 

                                              CHEGANDO LÁ

                                               Talvez a maior novidade da moda dos anos 90 tenha sido a supremacia de estilistas que antes eram considerados avant garde ou alternativos. Martin Margiela, Ann Demeulemeester, Marc Jacobs, John Galliano, Tom Ford e Alexander McQueen: todos se tornam influentes/importantes e a Gucci é a primeira marca histórica a contratar uma nova estrela, ou seja, o Tom Ford. 
                                             Mas o grande patrono/benfeitor e financiador de talentos é Bernard Arnault. Ele explorou o mundo em busca do melhor e do mais brilhante para "tripular" seu império LVMC. Ele demite Galliano da Givenchy, depois envia ele para a maison Dior e instala Mac Queen; coloca Jacobs  na Louis Vuitton; Michael Kors na Celine; Narciso Rodrigues na Loewe. Outros seguem a liderança de Arnault. Hermès contrata Martin Margiela, Stella Mc Cartney assume a Chloé, Hussein Chalayan na Tse; Cristina Ortiz na Lanvin e Nicholas Ghesquieri na Balenciaga; Peter Speliopoulus na Cerruti e Gilles Dufour pra a rtw na Balmain. E Yves Saint Laurent entrega o controle do seu prêt-à-porter na Rive Gauche para Alber Elbaz.

                            MINIMAL PARA O MAX

                                               O minimalismo , após os excessos dos anos 80, se torna o estilo dominante. Calvin  Klein, o original e moderno minimalista, faz uma brilhante coleção que se posiciona entre o pragmatismo comercial e o editorial alternativo. Jill Sender, que constrói seu nome baseado no estilo chic severo, suaviza/atenua gradualmente o seu estilo, passa a trazer um atmosfera de chique plácido/sereno.

                                    SUPER MODELOS

                                                As super modelos alcançam seu apogeu no início da década. Naomi Campell, Linda Evangelista e Christy Turlington são as preferidas, são as darlings das passarelas e ganham mais de 50 mil dólares por cada show.
                                                Linda Evangelista declara que não se levanta da cama se o cachê for menor que 10 mil dólares. Cindy Crowford é a modelo que lançou a imagem da Guess; Claudia Schiffer é a nova garota Chanel. Elas trazem uma nova voluptuosidade para uma posição de destaque. Mas à medida que os exageros dos anos 80 atacam novamente, a geração waif avança, liderada por Kate Moss e Amber Valetta, que logo, logo, conquistam status. 

                                        O MAESTRO

                                                    Desde os anos 20, quando Chanel liberou a mulher com a sua moda elegante e nonchalant, nenhum estilista havia provocado tanto impacto e mudanças no jeito dos homens e mulheres se vestirem. Sem dúvida, Giorgio Armani fez um trabalho pioneiro.
                                                    "Há um momento em que a mulher necessita se vestir como um homem para ser levada a sério.", afirmou Armani, numa entrevista de 1994. E concluiu dizendo: " e foi exatamente nos anos 70, quando as mulheres estavam empenhadas/lutando com estes assuntos, que eu comecei a vesti-las à minha maneira, no meu estilo."
                                                   Seu estilo é um corte fluído, tecidos luxuosos e iluminados e, sobretudo, uma tradução de "confiança em si mesma"., o que faz a mulher ter um visual chic e se sentir chic e segura de si mesma. Nos anos 80, um conjunto de calça comprida é o uniforme do dia. Armani é o estilista escolhido pela primeira geração de mulheres executivas norte-americanas. Ele desenvolve sua moderna visão em roupas para a noite, criando o estilo estrela, com qualidade, para mulheres muito bem remuneradas. Nos seus vinte quatro anos de trabalho, o estilo clean e clássico de Armani sobreviveu a todas as incursões dos poufs, dos excessos, da moda alternativa e das armadilhas retrôs.

                               ESTILO COMBINAÇÃO

                                                     Combinações, sutiãs e meias -calças: é a estação com visual de lingerie. Insolentes vestidos de boneca e tops estão em tudo que é lugar. Inicialmente descrita como uma loucura de passarela, o visual provou ser um dos grandes sucessos da década.

                                      REI E YOHJI

                                                      Talvez uma reação ao severo minimalismo, o modo artesão baseado no trabalho de Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto acaba influenciando todos os tipos de moda, inclusive a alta-costura. Em julho de 1993, Karl Lagerfeld faz sua reverência/sua saudação a Yohji ao criar um conjunto de saia longa/blusa. E Yamamoto surpreende o mundo da moda com uma série de "bombas de arrasar quarteirão".

                                          TRAGÉDIA

                                                          A moda perde duas personalidades em 1997. A indústria e o mundo ficam horrorizados com o assassinato de Gianni Versace em Miami por um serial killer, o Andrew Cunanan. E apenas seis meses depois, o mundo se choca com a morte de Diana, a princesa de Gales, morta quando o carro que a conduzia bate, em alta velocidade, dentro de um túnel, em Paris, França.

                                    UMA NOVA LUTA
           
                                                           Com a morte, no final dos anos 80 e no início dos anos 90, dos grandes nomes da moda, como, por exemplo, Perry Ellis, Patrick Kelly, Angel Estrada, Willi Smith e Halston, a indústria se indaga se a moda pode se recuperar, após sofrer tais perdas. 
                                                           A moda faz marketing dirigido e levanta fundos: aids e cancer de mama estão no topo da lista das instituições beneficientes. Salvar vidas é importante.

      

                                          























Resultado de imagem para naomi campbell fotos


Resultado de imagem para linda evangelista fotos



Resultado de imagem para christy turlington fotos













Resultado de imagem para amber valletta fotos


























Nenhum comentário:

Postar um comentário