quinta-feira, 2 de julho de 2015

A IMAGEM DA MULHER BRASILEIRA NA MIDIA








     Trata-se de uma mulher esquartejada: aqui aparece um busto, ali uma bunda, acolá um púbis, mais adiante um umbigo; lá na frente umas coxas ou umas pernas. E isto dá para comprovar quando passamos diante de algumas bancas de jornal.
   

     Como é essa forma de expor a imagem feminina? A elegância feminina tem a coerente proporcionalidade entre signos visuais, igual a uma música? Essa harmonia se parece com as artes plásticas, onde há também uma relação harmônica entre as formas, as figuras e as cores a combinar?
     Mas a imagem feminina, ao contrário da pintura figurativa, não designa nenhum objeto externo de referência. Há tolerância com a vulgaridade. Por que?
     Qual é a caligrafia visual da imagem feminina? Pretende-se dizer algo com estas imagens ou se trata apenas de "escrever por escrever", sem nada dizer?
     Como as mulheres comuns, de carne e osso, vêem, encaram a construção dessas "imagens femininas'? 
     Os meios de comunicação emitem determinados signos, que são sempre imagens visuais relacionadas com a figura feminina. Quais são os principais papéis fictícios? Como se constrói socialmente a imagem feminina? 
     O estilo pessoal feminino é baseado ou não na liberdade de expressão? Aliás, existe liberdade de expressão? A mulher é submetida a determinadas imagens? Por que? Trata-se da mulher "esquartejada", submissa ou conformista?
     
     Mais uma coisa: a feminilidade está ligada a um status social, especialmente estado civil. Não é por acaso que historicamente não se escreveu  sobre a elegância das criadas, das camponesas, das operárias e nem das mulheres que questionaram o status quo ou as que foram (ou são) transgressoras da ordem estabelecida - exemplos, no Brasil, Leila Diniz, Pagu e muitas outras.  Por que há desfiles de moda que acabam, tanto no ocidente quanto no oriente, com a apresentação de um vestido de noiva?

(  Síntese de uma proposta que apresentei à professora Nizia Villaça da ECO- UFRJ no ano 2000 e pouco, para desenvolver em um possível doutorado de comunicação)
     




Imagens  da revista SuperInteressante, Editora Abril , 2015 - que mostram a "avaliação esquartejada" da mulher brasileira pela cor do batom, pelo tamanho da saia ou pelos botões (desabotoados ou não) da blusa. 

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