"Tinha Portugal moda sua quando achou de substituir, no Brasil, as roupagens do nosso avô índio pelos panos da civilização que adotava? Não tinha. Nem nunca teve. Neste particular os nossos irmãos de além-mar viveram sempre de empréstimos.
Já está no velho Rodrigues Lobo:
"Vestimos de tantos modos
Cada hora, que dizer posso
Que não temos traje nosso
Porque o tomamos a todos"
O Brasil em 1814 começou a ficar antenado na moda francesa. Pois foi nesta época que começaram a chegar da França, para no Brasil morar, modistas e costureiras, além floristas, fabricantes de chapéus, alfaiates, cabeleireiros, livreiros, professores, pintores, artistas. Destaque especial para as modistas que se transformaram, na época, em sinônimo/simbolo da modernidade. Com (apenas) tesoura, agulha e linha, as costureiras/modistas passaram a tecer e a moldar gostos/desejos. Coube a elas profissionalizar um oficio que era tipicamente feminino e que antes era exercido, no Brasil, sobretudo por escravas costureiras.
Destacamos a modista Clemence Saisset (casada com o comerciante Pierre Joseph Felix Saisset), que conquistou D.Pedro I.
Os cuidados, sobretudo femininos, com a aparência e com o ato de vestir, eram símbolos de distinção e poder. Estar antenada com a moda francesa tornou-se o caminho (mais curto) para o sucesso.
Fonte: anotações das minhas aulas de história, livros do historiador Luiz Edmundo e as redes sociais.
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