segunda-feira, 2 de maio de 2016

VITRINA: ALMA DO NEGÓCIO







       Gosto de fazer uma comparação: uma vitrina mostra o estilo, as entranhas, a alma da etiqueta, assim como a manchete/a primeira página de um jornal mostra o que aquela empresa de comunicação considera que é o mais importante, o que deve ser anunciado como destaque.
     Mas a vitrina não pode correr o risco de apresentar o que não tem ou destacar o que não é o forte em uma coleção. Já a manchete de um jornal pode dar menor destaque a uma informação que deveria  ser a principal, pelo menos naquela edição. 
     Quem me chamou a atenção para os "jogos" das manchetes dos jornais foi uma vizinha minha que me disse, segurando nas mãos uma edição  do jornal O Globo do dia 29 de abril: "Veja, que pouca vergonha. Colocam no cantinho uma chamadinha que diz "trecho que caiu só tinha uma viga", ao reportarem (numa suite) sobre o acidente da ciclovia de São Conrado (RJ) que gerou , oficialmente, duas mortes". E ela concluiu, afirmando: "essa descoberta - a existência de apenas uma viga - tinha que estar em letras garrafais. Mas , eles colocam num cantinho, escondidinho"   Veja abaixo. a edição do jornal carioca, escaneada, apresentando a manchete do dia,  que vem a ser o mesmo de sempre  (leia-se o empeachment) e a tal "chamadinha lateral" para uma reportagem com novas informações sobre terrível acidente ocorrido dia 21 de abril em São Conrado, quando despencou parte da ciclovia, recém-aberta ao público, provocando a morte de duas pessoas. 

 " Muito mais importante do que eu mostro no Jornal Nacional é o que eu não mostro no Jornal Nacional" Essas palavras que circulam pelas redes sociais (http://justificando.com/2016/04/29/especialista-propoe-desmistificar-debate-sobre-regulamentacao-de-midia-no-brasil/) e que supostamente foram ditas pelo jornalista Roberto Marinho, não podem, jamais, servir para orientar o oficio do (a) vitrinista. Porque o (a) vitrinista deve mostrar apenas o que define o estilo da marca, sempre. 
     Existem algumas definições comerciais para a vitrina:  
         1)Uma vendedora silenciosa
         2) O cartão de visita da empresa
         3) O (A) agente formador (a) da imagem da loja

     A vitrina é uma grande ferramenta de comunicação, responsável por 80% das vendas e deve ser usada adequadamente , pois sua relação custo/benefício é das mais atraentes. Ela é uma peça de comunicação de menor custo,pois custa menos do que  um catálogo,  um folder ou  midias (televisão, rádio,  revistas/jornais impressos ou on line, etc). E a resposta do (a) consumidor (a) é imediata. 
     Se a vitrina for atraente, gera um impulso de compra instantâneo. Ou seja, no mesmo dia ela começa a exercer o seu papel de grande vendedora. E por ser ela imediata, fica fácil de medir seus resultados nos primeiros dias. Se o resultado não for satisfatório, sua readaptação pode ser feita com grande velocidade, diferentemente das campanhas, que só podem ser medidas após um período de exposição. 
      O tema da campanha da marca/grife deve ser transportado para a vitrina, criando assim uma unidade visual similar ao que o (a) consumidor (a) vê na revista, no catálogo, no anúncio no jornal ou nas redes sociais. Assim, a identificação da marca fica mais rápida e produtiva.
     Dos cinco sentidos humanos (audição, olfato, visão, paladar e tato), o primeiro a ser atingido pela vitrina é a visão.

      Um dos fundamentos importantes da "chamada de atenção" é a originalidade que pode estar contida em uma ideia nova, na maneira de expor, nos produtos, na qualidade, no estilo de decoração ou na disposição das massas, cores ou qualquer outro elemento. Vale destacar que a originalidade é expressa por algo fora do comum e não pelo mau gosto. Trocando em miúdos, o original deve ser algo de bom tom.
       A atenção pode ser desperta por vários fatores:
        1) A cor - um esquema atrativo e bem relacionado com o que 
             se vai expor.
        2) A luz - é de grande valor, pois destaca pontos de venda e 
             ilumina a vitrina sem ofuscar a vista do (a) observador (a)
        3) Os contrastes das linhas, massas, cores e texturas entre si 
             com o fundo.
        4) A dramatização da cena, quando esta se baseia em 
             demonstrações ou coisas úteis, em imagens que se 
              desenvolvem o mais perto possível da realidade.
          
          5) A simplicidade que é fundamental no vitrinismo.  



         Continuarei a escrever sobre o vitrinismo, daqui a uns dias.  

Fontes: livro "Vitrina, Construção de encenações" de Sylvia Demetresco, 2000 - EDUC- Editora da PUC- São Paulo; livro sobre vitrinas do shopping Rio Sul ; apostilha do Senac-São Paulo; crônica de moda: "vitrines, sonhos em cofres de vidro", que escrevi para a revista Máxima, editora Abril, com o pseudônimo de Ruth Tavares; apostilha feita para o curso de pós-graduação em produção de moda/stylist da UVA-IZA - 2002/2008.            

                  

      















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