terça-feira, 29 de novembro de 2016

A GRAMÁTICA DE ESTILO E DE COMPORTAMENTO


   
A gramática de estilo e de comportamento, nas ruas cariocas.


1) Vitrina com calças (calcinhas femininas)acolchoadas no bumbum: elas vendem, sempre. Há uma constante procura. Por que será?                                            
              


                                                                                   2) O comércio de roupas populares, roupas ditas "baratas", pois,atualmente, nada é realmente barato, aderindo ao impeachment da presidente eleita pelo voto popular: roupas em verde e amarelo, cores que se transformaram no "uniforme" daqueles que foram para as ruas pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Por trás, escrito em preto, no muro: "Brasil sob golpe". Um Brasil partido, dividido.O que também afeta as famílias brasileiras.


 3) A sensualidade antissexual, antiestética, que é a toda hora vista nas ruas cariocas. Vale destacar a modelagem com excessivos detalhes e mal feita: alças que se cruzam, decote gota, péssimo caimento, tudo junto e misturado. E ainda tem o sutiã aparecendo, nas costas. Muita informação ao mesmo tempo. Assim é a estética popular brasileira, infelizmente.

4) Bares que colocam mesas para fora, ocupando espaço público, mesmo que haja andaimes (como há na foto) no prédio que estava pintando sua fachada. Agora todos os bares (ex-botequins) colocam mesas para fora, ocupam calçadas públicas, cobrando 10%, sujando as ruas.Usam e deixam para lá. Não há qualquer gesto de preservação ambiental. Consequência, há dois dias tinha um super rato circulando próximo ao bar registrado na foto,que fica em Copacabana. Só falta o retorno da peste bubônica. 



 5) Registrando: simbolo nazista, pintado em um muro na zona sul carioca. Nada a declarar.

                                                                                                    

6) Chutar cestinhas de supermercado: outra febre carioca. Homens e mulheres ficam nas filas dos supermercados, aguardando a  vez: colocam a cestinha de plástico no chão e vão chutando a cestinha à medida que a fila anda. É o espirito Macunaíma de Mario de Andrade (1893-1945): não seguram a cestinha com as mãos e muito menos a levantam do chão, quando a fila anda. O negócio e sair chutando, por preguiça. E o engraçado é ver mulheres e homens com tênis, roupas esportivas ou com roupas de ginástica, chutando a tal cesta. O levantar e cesta do chão, a cada andada, seria um exercício que os pouparia de gastar dinheiro nas academias de ginástica. 











7) Ônibus sem trocadores com ferros atravancando o caminho, roletas longas, compridas na vertical: tudo é feito para que ninguém ouse viajar sem pagar. Tudo é feito, pelas tradicionais companhias de transporte urbano carioca para contratar menos funcionários. O motorista dirige e ao mesmo tempo recebe dinheiro e dá troco. Se errar no troco para mais (a favor do (a) consumidor (a)) terá o valor pago a mais descontado do seu parco salário. Em tempo: há no Rio de Janeiro uma lei que multa quem dirige e fala ao celular. Mas esta lei nada diz sobre o motorista profissional que é obrigado a fazer também o papel de trocador. E há ônibus que ainda circulam com o banco do trocador vazio, pois as empresas nem se deram ao trabalho de retirar o assento do trocador. E há ferro (pintado em amarelo e vermelho, ferros-barreiras , para evitar o passageiro-carona.Entre o motorista e os passageiros há uma autêntica barreira de ferros. Vale destacar a loucura do trânsito do Rio de Janeiro, onde vale de tudo. Acidentes e mortes são infelizmente, muito comuns.




















                                                                                        8) O estilista alemão Karl Otto Lagerfeld, com 83 anos, diretor de criação da grife francesa Chanel, lançou coleção pelas lojas Riachuelo. Na vitrina estava escrito "Karl Lagerfeld for Riachuelo". Sempre em busca do estilo que vem de fora,comportamento comum no Brasil,  as lojas Riachuelo perderam a oportunidade de lançar uma coleção criada, por exemplo, pelo Luiz de Freitas, grande e histórico nome da moda não só do Rio de Janeiro, mas do Brasil. Quem desejar conhecer Luiz de Freitas e a sua vida pessoal e profissional pode acessar, o livro-blog "Nasci Gay": www.http://nascigay.blogspot.com.br






9) Camisetas que reproduzem quadros de Vicent Van Gogh e de Gustav Klimt, que trazem imagens da feminista e artista plástica mexicana Frida Kahlo e muitas outras artes. Tudo à venda na banca do camelô-artista que fica na Rua Visconde de Pirajá, esquina com a Rua Garcia D'Ávila, em Ipanema (RJ)

10) Mulher com punho cerrado, com braço endurecido, tenso, pois andar nas ruas do Rio de Janeiro não é brincadeira. As ruas atualmente são vistas como locais perigosos, tensos. Bares e restaurantes contratam milicias; bancos contratam seguranças que são funcionários de empresas que "vendem"ou "alugam"a mercadoria segurança! Longe estamos das palavras do imortal poeta brasileiro Antonio Frederico de Castro Alves (1847-1871): "A praça, a praça é do povo! Assim como o céu é do candor!" 


                                               11)  Abaixo, os produtos que as pessoas desistem de levar, quando chegam na boca do caixa, dos supermercados cariocas. Está sendo comum, depois do impeachment, encontrar, cada vez mais, cestinhas, perto das caixas registradoras, com produtos que não puderam ser comprados, pois o dinheiro, o tutú, a grana não deu. Para mim, estas cestinhas cheias de produtos não levados pelo (a) consumidor (a) significam pentimento, palavra derivada do italiano que significa arrependimento. E Pentimento também é o título de um excelente livro escrito pela escritora norte-americana Lilian Hellman, que eu muito admiro. No livro da Lilian Hellman, pentimento é a mudança na composição que o (a) pintor (a) faz ao produzir uma pintura. Essas mudanças, que ficam por baixo da pintura apresentada, são visíveis no infravermelho ou no raio-X. Já o pentimento dos consumidores cariocas, quando vão ao supermercado, são visíveis a olho nú. Só não vê quem desvia o olhar e faz que não vê a cestinha cheia de produtos abandonados, na hora do registro da caixa, por falta de  dinheiro. 

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