sábado, 5 de novembro de 2016

CADÊ O ESTILO CARIOCA?





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       Seja no morro, seja no asfalto o que se vê é o de sempre: jeans, camisetas, shorts e calças-leggings, roupas (muitas em tecidos sintéticos ou lycra) bem ajustadas ao corpo. Se o tecido não combina com o clima, isto não importa. E cá entre nós: esta relação clima X tecido, clima e corpo versus modelagem é um assunto pouco ventilado. Quanto mais ignorante a (o) consumidora/consumidor, melhor é.  Para que ventilar informações? 
   
  
      Na praia, que é de todos, sobretudo a de Copacabana, é uma festa de horrores: há, passeando, inclusive pelo calçadão, bundas caidas, bundas com celulite,bundas cravejadas de espinhas, bundas imensas/desproporcionais,bundas disformes todas são "emolduradas" pelo fio dental. 
      O gosto estético anda duvidoso, para não dizer muito ruim. Parece que não se faz mais autocritica. No tempo do selfie, e da ditadura do ego,  somos todas (os) lindas (os) , todas(os) célebres e nossos corpos são beleza pura. Que se danem as celulites, as manchas na pele, as espinhas, furunculos e outras mazelas.
       O gosto estético duvidoso também ataca via tatuagens em cores e proporções ruins e localizadas em regiões do corpo que invés de embelezar, enfeiam. Nada contra tatuagens. Mas é preciso ter senso estético apurado para realizá-las de acordo inclusive com corpo,o jeito de viver, a personalidade e o estilo de vida daquele (a) que irá ostentá-la.
      E as modelagens ruins, acabamentos piores ainda, que agora dominam a industria de moda (popular) brasileira, deixa tudo pior. Se é barato, tem que ser mal feito, de má qualidade para logo acabar. Se é caro, é melhor e (sic!) dura mais - o que nem sempre, infelizmente, é verdade.
         A turma da moda nacional não aprecia,geralmente, nada que seja popular. E cada profissional da área necessita andar vestido e se comportar como se fosse uma estrela/celebridade. Nada de ser confundido (a) com um (a) reles mortal. 



Em tempo:Aqui, no Brasil, uma senhora com mais de cinquenta anos, gordinha, sem pescoço e queixo duplo, como a Suzy Menkes, jamais poderia ser uma editora  de uma revista de moda.Mas a editora internacional da "Vogue", Suzy Menkes, veio ao Brasil (abaixo, nota publicada na coluna de Anselmo Góis, jornal O Globo, edição de 29/10/2016) e foi paparicada, homenageada por todos, sobretudo pelas grifes que vendem para poucos, peças carissimas, produção minima, o que encarece ainda mais a coleção, o produto. Para a maioria dos brasileiros a Osklen de Oskar Metsavaht  se torna apenas um sonho de consumo, geralmente nunca realizado. Pois muitos só têm acesso aos produtos da Osklen através das suas vitrines, cofres de vidros. 

Continuarei falando sobre o assunto na próxima postagem.

     
      Agora, um karaokê altissimo, que traduz a favelização de Copacabana e também a ditadura do ego: não basta brincar de karaokê no bar da esquina. É preciso, é necessário fazer com que todos os moradores dos prédios em volta participem, sofram e fiquem resignados.  #Meudiário, dia 05 de novembro de 2016
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"Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata."
Eduardo Galeano
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37782756?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

http://www.debateprogressista.com.br/o-brasileiro-nao-tem-consciencia-de-classe/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

http://folha.com/no1824799



http://www.revistapazes.com/2200-2/

https://www.facebook.com/quebrandootabu/videos/1185585298164522/


http://blogs.oglobo.globo.com/gente-boa/post/bar-de-ipanema-se-recusa-servir-crianca-de-rua-isso-nao-e-gente-e-bicho.html

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