Bundas abundam, como bem diz o poeta Carlos Drummond de Andrade; bundas, nádegas: clichês estéticos.
Num país onde um governo "temerário" deseja paralisar projetos de educação, ou seja, num país onde as atuais autoridades estão cultivando a anti-educação - inclusive estética - o que se pode esperar? Num país, onde todas mulheres necessitam ser iguais, esteticamente - o que se pode esperar? A vitória do óbvio, ululante.
Com vocês, bundas, muitas bundas, nádegas de todos os tamanhos. No prêmio Multishow , segundo a reportagem do jornal Extra, "se bumbum fosse categoria de prêmio o páreo estava duro. Afinal, foi um festival de buzangas (sic!) desfilando no Prêmio Multishow." (jornal Extra, edição de 27 de outubro de 2017, que publicou na manchete, foto com bundas, bumbuns de mulheres artistas e famosas, brasileiras). Uma pergunta que não dá para calar: se fossem artistas masculinos, destacariam também seus bumbuns? Ou será que destacariam seus pênis?
Outra pergunta: o estilo no vestir delas, se resume deixar à mostra, ou destacar bundas, nádegas, bumbuns ou "a buzanga"? Creio que estas fotos do jornal Extra escondem, na verdade, a falta de criatividade estética, a falta de pesquisa estética, a falta de conhecimento estético inclusive dos (das) leitores (as).
Tenho na casa onde habito, um quarto-escritório, abagunçado, cheio de livros, papéis. Já vi pessoas espantadas com a quantidade de livros e papéis que mexo e remexo, na busca de informações. Pois, atualmente, há pessoas que não têm contato algum com livros;há quem não tenha livros em casa; há quem não tenha relação afetiva, de amor com os livros; há quem creia que tudo já sabe.
Pergunto: quem não lê, o que reproduzirá? Quem não tem dúvidas, o que reproduzirá? Quem não lê, que eco pode fazer?
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