quarta-feira, 3 de maio de 2017

AS DUAS FACES DO BRASIL COLÔNIA






     Primeiro ato colonial: o algodão colorido agroecológico que é plantado em comunidades do semiárido nordestino para onde vai, posteriormente? Ganha estilo através da industria nacional? Ou é comprado, como matéria-prima, por uma multinacional, onde ganha estilo e retorna ao Brasil numa roupa pronta? 
                                                           No Brasil império o  ouro retirado de Minas Gerais ia em estado bruto para a Europa e retornava em jóias para adornar  colos, orelhas e braços da nobreza e burguesia.  


                                                     Segundo ato colonial:  o mundinho fashion que fala muitas palavras em outras línguas (preferencialmente em inglês e francês) e gosta de ter um vocabulário próprio, que os demais, inclusive os consumidores de moda, não entendem. 
                                           Há poucos meses me ligou uma aluna de uma faculdade de moda, me pedindo para trocar com ela algumas idéias. Aceitei.  Uma das primeiras perguntas que ela me fez foi: "você se veste na moda, usa roupas de grife?" E eu lhe disse: "sou jornalista, com pouca grana, e não sou modelo e nem proprietária de uma confecção. Consequentemente, me visto como qualquer outra pessoa. E fico, muitas vezes, como muitas outras mulheres, "namorando" uma roupa cara em uma vitrine de uma loja, pois não tenho dinheiro para comprá-la".Senti que a decepcionei ...

       No Brasil, a roupa barata ainda é ,geralmente, de má qualidade,tem péssima modelagem assim como eram de má qualidade as roupas que os escravos usavam. A roupa que era usada pela nobreza e burguesia brasileira vinha sempre de fora, da Europa. Vale refletir sobre o assunto. Por que consideram, no Brasil, que a moda barata não pode ter qualidade?
                                                       













O que significa Freak, palavra inglesa que está no título do artigo escrito por Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso, que escreveram "Um dicionário para São Paulo Fashion Freak" (acima escaneado)
Freak é uma palavra de origem inglesa que significa "aberração" na língua portuguesa, utilizada para qualificar algo que é fora do comum; anormal ou sobrenatural.
O termo freak é bastante utilizado como uma gíria para denotar algo ou alguém "maluco", "divertido" ou "inusitado". Exemplo: "This car is totally freak!" - "Este carro é totalmente insano!"  (fonte Google)

Fonte: reportagem "Agroecológico é um estilo de vida", entrevista com a engenheira agrônoma Nair Arriel, que mora em Campina Grande- Paraiba - matéria publicada no jornal O Globo, edição de dezembro de 2016; coluna " 02 Neurônio"de Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso, folhateen, edição do jornal Folha de São Paulo de 15 de julho de 2002, onde é analisado o "mundinho fashion". E  fotos que ilustram a reportagem do escritor Ricardo Lisias, publicada na Revista Piauí - abril de 2017 cujo título é "O elfo, o insta e o like", onde é feita uma análise do São Paulo Fashion Week, que vem a ser muito próxima do que "falam" Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso em 2002.  E 15 (quinze) anos separam uma matéria da outra. 

   Já escrevi sobre a reportagem da revista Piauí (edição de abril de 2017) aqui no meu blog, fazendo algumas ponderações. Quem acompanha deve ter lido. Quem não viu, basta procurar em postagens recentes e encontrará. 

Abaixo,  reflexão de dois profissionais da moda nacional: Itaguaçu Ferreira e Diaulas Novaes, que copiei do facebook e  colei, abaixo. 




"Me pergunto sempre.... porque o povo da moda insiste em criar vocabulários, dizer palavras mirabolantes, tentar ser o diferente, a cocada, o culto(a)!!!! Tão simples, fale apenas fale, não enfeite!!!!! Criam nomes estapafúrdios para coisas tão simples!"Via Itaguaçu Ferreira

Diaulas Novaes: "É só pra criar um código inacessível tipo exclusivo para poucos etc....aquelas coisas."
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