terça-feira, 17 de abril de 2018

DE VOLTA AO PASSADO



        O medo dá lucro. Foi o que constatei ao andar, domingo,dia 15 de abril de 2018, no final da tarde, pela zona sul do Rio de Janeiro.            Ruas vazias, com pouquíssimos pedestres, carros com vidros escurecidos (não dá para ver quem está dentro do carro)  todos os prédios  gradeados e agora há aqueles que além de grades possuem sutis (invisíveis, porém não menos perigosas)  cercas eletrificadas ... Os proprietários de empresas de segurança estão lucrando e muito .... Devem estar bilionários ....
                       Atrás das grades de cada prédio estão moradores, porteiros. A rua, terra de ninguém. Cadê o direito à cidadania, ao ir e vir?
                       Em tempo: nota publicada na página da jornalista Hildegard Angel, no Caderno B do Jornal do Brasil, edição de 04 de abril de 2018 - "A muitos restaurantes do Rio só resta a entrega das chaves. Não bastasse a violência, o que não é novidade no Rio e no Brasil todo, há uma nova postura da mídia, plantando o pânico nos cidadãos, que se pelam de medo de sair de casa a partir das 18h. Uma cidade morta é uma cidade sem consumo. Este enfoque é um desfoque."

                Vento que venta lá (nos EUA e na Europa), é o vento que venta por aqui. Por isso tudo está vindo mais à tona: em diversos países europeus "grifes que usam símbolos inspirados na suástica fazem sucesso entre jovens." O título da reportagem : "Neonazismo no peito" (jornal O Globo, 02 de abril de 2018). 
 Domingo, reportagem sobre "Crença no extremo" (jornal O Globo, edição de 15 de abril de 2018) a respeito da extrema direita no Brasil. Há quem afirme que " violência se combate com mais violência" (sic!).

              Como bem disse Chanel, imortal estilista francesa, "A moda não existe apenas nos vestidos; a moda está no ar, é o vento que a traz, nós a respiramos, a pressentimos, ela está no céu e no chão, está ligada às idéias, aos costumes, aos acontecimentos. Vale uma reflexão
               Aqui uma lembrança: na década de 30, o Brasil teve um movimento nazista chamado "camisas verdes". O líder era Plinio Salgado, que chegou a escrever e publicar em Portugal um livro sobre a conduta ideal para as mulheres da extrema direita. 
Pérolas do livro, editado em 1946 na cidade do Porto: "Este livro é dedicado às mães, esposas, noivas, irmãs da Nação Portuguesa e da Pátria Brasileira. (...)". 
(...) "A mulher, quanto mais civilizada - dizem os técnicos do transformismo darwiniano - mais tende a viver tão somente em função da feminilidade física, dando férias à cabeça (...)" 
(...) "A mulher do nosso tempo, a mulher do século XX, deve ser saudável e enérgica, desenvolvendo as suas faculdades intelectuais, aprimorando a sua resistência e a sua beleza corporal, mas nunca se esquecendo de que, sem o Espirito, ela nada vale.(...)" 
(...) "Animar, portanto, a luta entre a mulher e o homem no mercado de trabalho é favorecer o capitalismo sem alma e, ao mesmo tempo, fazer o homem perder, dia a dia, a noção da sua responsabilidade como chefe de família, mantenedor da casa e servidor da esposa, em troca de tudo o que ela faz pela criação e educação dos filhos, pela ordem doméstica, pelo embelezamento do lar, pela elevação espiritual do matrimônio." 


Escaneada, capa do livro escrito por Plínio Salgado, o que foi chefe dos "camisas verdes" - Há semelhanças com os atuais camisas amarelas da seleção, que já bateram muitas panelas? 
Escaneadas, reportagens sobre os neonazistas na Europa e reportagens sobre a extrema-direita no Brasil. Será a nova moda? E a letra da música do Adnet, inspirada em "Realce", de Gilberto Gil.  
























https://youtu.be/vPAlphS6LtE



Confira a letra, de Adnet, ("inspirado" em Realce, de Gilberto Gil)

Raça humana
Reaça
Como é que pode
Quer que a ditadura volte
Mas de certo se arrependerá
Vai ter censura
Até no seu textão do face
E você mesmo pode se ferrar
Reaça, reaça
Se a liberdade termina é pior
Reaça, reaça
Vê um corpo desnudo
E acha um insulto
Para a família brasileira
Reaça
Não seja reaça
Reaça
Não seja reaça
Não faz sentido
Ter escola sem partido
Se o debate é parte de ensinar
Já é futuro
Homem pode ter marido
E a mulher se empoderará
Reaça, reaça
Quanto mais melanina melhor
Reaça, reaça
Quero todos inclusos
Com cota, com tudo
Quero igualdade de direitos
Reaça
Não seja reaça
Reaça
Não seja reaça

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