quinta-feira, 16 de abril de 2015

MODA ESTADUNIDENSE 1960-1969


        Os anos 60 foram uma das décadas mais cheias de impactos. Eles presenciaram a impulsividade da moda e as mudanças de estilo de vida que refletem as emoções da época.
       

        O movimento anti-guerra surge à margem da sociedade mas se transforma, em poucos anos, na sua principal bandeira. A refinada elegância de Jackie Kennedy é eclipsada pelo visual explosivo e de protesto que surge nas ruas de Paris, Londres e de Nova York.
       \No seu discurso inaugural, John Kennedy fala sobre as novas fronteiras dos anos 60, "fronteiras de oportunidades desconhecidas, fronteiras de riscos mas também de esperanças". Kennedy afirma  que a "América do Norte encontra-se numa nova era, e um tempo de boom econômico, quando a devastação da Segunda Guerra Mundial e suas consequências desapareceram". Mas a jovial efervescência  deu lugar ao ao desânimo com os assassinatos de Martin Luther King, presidente John Kennedy e de Robert Kennedy.
       O envolvimento militar dos Estados Unidos no Vietnã foi a centelha para os veementes protestos contra a guerra. Há a luta pelos direitos civis. Há o movimento feminista, a cultura das drogas, Woodstock e as passeatas dos estudantes em Paris, a "imaginação no poder". O homem chega à lua em 1969, descobre-se a pílula anticoncepcional e se conquista a liberdade sexual. Há os hippies "cabeludos" e seus costumes flower power. Trata-se de uma década de rebeldia, desafios (muitos perdidos ...) esforços (muitos inúteis ...) e ... perdas!!
       As pessoas dentro e fora da América (ou, melhor dizendo, dentro e fora  das Américas) se esforçam para serem unidas. E este paradoxo espelha a maneira com que as pessoas escolhem seu visual ou escolhem o que vestir.
       
                                          ONDAS ELÉTRICAS
       Courrèges, Ungaro e Cardin - elos da "corrente" da criatividade que vem de Londres e transforma em acessível a alta-costura. Pierre Cardin conjuga a couture e artesanato com formas arquitetônicas e revolucionárias. O busto é descoberto/desnudado. Emanuel Ungaro traduz, em 1965, a revolução na moda, ao lançar sua primeira coleção inspirada na era do espaço, ou melhor dizendo, em astronautas. Em 1958, Ungaro alcança grande sucesso ao lançar uma coleção prêt-à-porter que traduz o mesmo clima que ele criou na sua alta-costura. Andre Courrèges "o rei da moda nova , moda espacial" provoca um grande impacto, no início dos anos 60, ao ser o primeiro  estilista a subir, na França,  as bainhas. E ele se transforma no "costureiro das socialites", tendo como cliente, por exemplo, a duquesa de Windsor. E em 1967, ele leva a cultura pop para os salões de lançamento das coleções ao apresentar uma minissaia transparente. No final da década, o uso que fez da cor branca e suas botas "perfuradas" são alguns dos seus best-sellers copiados em quase todo o mundo.
       
                               SURGEM NOVAS GRIFES

        E aparecem novos e jovens estilistas nos anos 60. Betsey Johnson, editora da revista Mademoiselle, faz, aos 23 anos, seu próprio nome e se transforma numa inovadora com seus vestidos-camisetas, minissaias e conjuntos de calças. Outros nomes que ganham proeminência são o de Emmanuelle Khanh em Paris e o de Elio Fiorucci, na Itália. Fiorucci construiu uma marca a partir de uma loja de sapatos que herdou do pai e expandiu seu negócio, firmando uma rede de butiques que se iniciou em 1967.

                                NOVO ROSTO, NOVA SILHUETA

        Em 1966, Twiggy, com 16 anos, alcança o estrelato como modelo. Com seus enormes olhos de boneca ( mais tarde aumentados e emoldurados por cílios postiços), sua figura magra tipo menino e cabelos curtos. Twiggy explodiu junto com a minissaia. Sua atitude irreverente representava a nova geração.

                                          JACKIE

        Como primeira-dama, Jackie Kennedy, que era observada e admirada em todo o mundo, mesmo antes do seu marido tomar posse do cargo de presidente dos Estados Unidos, torna-se um ícone do estilo e do refinamento, o que perdurou até a sua morte em 1994. 
        Os seus conjuntos e vestidos simples, os chapéus (pillboxes) de Halston, pérolas, saltos baixos, bolsas com alças de corrente dourada, largos e grandes óculos escuros: tudo o que ela usava se transformava em moda.
       A cada momento Jackie alterava o comprimento das suas saias. Logo as copistas a seguiam. Ao usar um dos vestidos de jérsei de seda estampada do italiano Emilio Pucci, ela o transformou num estilista ainda mais popular.
      "Certifique-se de que ninguém tem um vestido exatamente igual ao que eu tenho" disse Jackie a Oleg Cassini, seu estilista "oficial". "Eu desejo só vestir roupas originais e não quero mulher nenhuma "cheinha" vestindo a mesma roupa que eu estou usando.", declarou, então, a primeira-dama norte-americana. 

                                 AS BAINHAS EM DEBATE

       Esta é a década do mais ativo troca-troca de bainhas. Há debates e furor contra a mini. Depois, é a mini versus a maxi e a maxi versus a midi. Casacos comprimento maxi são geralmente usados sobre minissaias. E este é um visual que fica consagrado com o sucesso do filme "Dr. Jivago" de David Lean, lançado em 1965.
       No ano seguinte, Jacques Tiffeau, Balenciaga e Saint-Laurent apresentam a nova mania: as saias compridas. E o midi torna-se a novidade do outono de 1967. Mas em 1969, o comprimento mini é o que prevalece entre as mulheres com mais de 30 anos seja para o dia, seja para a noite.

                                    BUSTO NÚ

       A revolução sexual encontrou meio de se expressar através de vários estilos que se tornaram moda. Além da minissaia, destacamos o mal afamado e já esquecido maiô topless, que deixou, em 1964, estupefatos a indústria e o público-consumidor.

                             AMÉRICA DO NORTE JOVEM

       Junto com o seu jovem presidente e sua primeira-dama, brota, na América do Norte, uma população jovem e o marketing começa a pensar em como seduzi-los. Logo surge uma safra de jovens estilistas que ascendem ao traduzir o espírito ou clima dos anos 60.
       A britânica Mary Quant é consagrada com a popularização da minissaia, um estilo que chocou o mundo. A "fronteira" da mini fica oito a nove polegadas acima dos joelhos.  Observação: cada polegada tem 2, 54cms.
       No fim dos anos 50, Mary Quant e o seu marido, Alexander Plunket Greene, iniciam uma rede de lojas intituladas Bazaar. Quando Mary Quant  não mais encontrou a roupa que ela desejava para a sua loja, ela resolveu desenhar e fazer, ela mesma, as roupas. E a loja no bairro de Chelsea (Londres), se transformou num chamariz para uma multidão de jovens que adotaram suas tendências como, por exemplo, botas de cano longo, vestidos justos, simples e curtos e suéteres com motivos de futebol. Logo, logo a área de Kings Road e Carnaby Street tornou-se a meca para os adolescentes de todo o mundo.

                                            O ANTI-CHIC

       As preocupações sociais e uma paixão por mudanças traduzem o estilo de vida dos hippies: flower power torna-se o slogan deles. Tudo é compartilhado: amor, bebidas, drogas e roupas. O visual unissex é básico e essencial, assim como o blue jeans, as bocas de sino, as camisetas, as jaquetas em denin e os largos cintos em couro. Estilos étnicos: africano, indiano, oriental e roupas de cigano viram moda, também. Bijuterias, camisas floridas e longos cabelos se destacam na década.

                                          BLACK IS BEAUTIFUL

       Nasce a frase  Black is Beautiful e as modelos negras, particularmente Naomi Sims, tornam-se estrelas em Paris e em Nova York. O afro torna-se o estilo de cabelo escolhido por muitos jovens negros que também adotam o dashikis, camisas sem gola e caftans.

                                            BLUE JEANS

       O blue jeans deixa de ser usado por poucos para cair, literalmente, no gosto da maioria. Torna-se, enfim, uma peça popular. E é adotado, inclusive, pelos pacifistas que protestam contra a guerra do Vietnã. 
       O jeans também é usado como "tela" , como auto-expressão traduzida em bordados, ornamentos, remendos e slogans que são afixados no blue jeans.

                 O POP CONQUISTA O GUARDA-ROUPA

       Os adolescentes seguem a moda dos seus ídolos da música. Os Beatles conquistam o estrelato em 1963, vestindo ternos de Pierre Cardin e com cabelos estilizados, enquanto os seus rivais, os Rolling Stones traduzem o "estilo desordeiro das ruas". Estrelas da gravadora Motown como, por exemplo, as "Supremes" adotam vestidos em cetim e boás com plumas. No início da década, Andy Warhol abre o seu estabelecimento comercial na 47St Street e o local torna-se moda.

                                      YSL EMERGE

       Yves Saint Laurent abre sua própria  maison em 1961 e quatro anos depois já começa sua linha pret-à-porter da Rive Gauche. Saint-Laurent rompe as barreiras e vai além do que o público (na época) esperava de um estilista. Rapidamente ele fica conhecido como inovador. Os conjuntos safari, o smoking no feminino são algumas das suas conhecidas consagrações.  Em 1968 ele choca o mundo da moda ao lançar as blusas transparentes, usadas sem sutiã.
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