quinta-feira, 2 de abril de 2015

MODA ESTADUNIDENSE 1940-1949

Resultado de imagem para moda norte-americana durante a Segunda Grande Guerra


Resultado de imagem para moda norte-americana durante a Segunda Grande Guerra
        Os anos 40 (oriundos da grande depressão) dão passagem ao maior levante, leia-se a Segunda Grande Guerra que subjugou e "afundou" toda a Europa. Os Estados Unidos entram no conflito global quando os japoneses planejam bombardear Pearl Harbor em 7 de setembro de 1941. A guerra só acabou no dia 14 de agosto de 1945. E ela é responsável pelo inicio da era atômica, além de ter deixado suas marcas em cada aspecto da vida doméstica. Da racionalização da comida ao alento, ao estímulo à moda, quando um grande número de mulheres passou a integrar a força trabalhadora de uma maneira nunca antes imaginada: a Segunda Grande Guerra tocou e modificou tudo.
        

        Ainda há divertimento: Irving Berlin captura o espírito patriótico norte-americano nas suas músicas; as vitrolas automáticas (as "juke boxes") são onipresentes, sempre girando os discos de um novo crooner chamado Frank Sinatra; os escritores Thornton Wilder (The skin of our teeth), Mary Chase (Harvey), Tennessee Williams (A streetcar named desire) e Arthur Miller (Death of a salesman) ganham o prêmio Pulitzer na categoria drama; filmes como Casablanca, Mrs Miniver e The best years of our lives são reflexos da Segunda Grande Guerra.
        No baseball norte-americano destacam-se, em 1941, Ted William e Joe DiMaggio. E Jackie Robinson é destaque absoluto por ter vencido as barreiras do racismo no baseboll, ao ser aceito como jogador.
        Mas após a Grande Guerra, a vida vai retornando ao normal. Só o que o "normal" foi modificado para sempre. Começa o baby boom assim como a Guerra Fria. E num pequeno atelier em Paris, uma "enxugada" na cintura feita por um estilista chamado Christian Dior revoluciona a moda com o  New Look, que terá impacto no estilo das décadas que virão.
        
                                                       O ESTILO JOVEM

         As adolescentes combinam mal os sapatos e meias. As moças ganham um ar de "menino" quando usam o baggy jeans enrolado, uma blusa solta, suéter universitária. As meias soquetes com listras e enroladas são um must nos primeiros anos da década.

                                  O JEITO NOVAIORQUINO

       Antes da Segunda Grande Guerra, os fabricantes de roupas viajavam tão frequentemente no transatlântico Normandie que o navio foi apelidado de "a máquina de costura da 7*Avenida. Agora, os profissionais da moda norte-americana não podem contar, em função da guerra, com a orientação, com o rumo francês.
        Claire McCardell, Hattie Carnegie, Norman Norell, Nettie Rosenstein, Adele Simpson, Vera Maxwell, Adrian e Charles James cultivam uma forte percepção do estilo norte-americano. Entre os visuais que McCardell popularizou está uma versão mais curta e estilizada da saia da camponesa.

                                        O NEW LOOK

        Na primavera de 1947, Christian Dior (anteriormente da Maison Lelong) virou a moda "de cabeça para baixo" ou fez uma revolução na moda ao lançar uma nova forma que enaltece o busto, tem cintura apertada e quadril em relêvo com os curtos e suaves spencers e/ou jaquetas.
        A editora-chefe da revista Haper's Bazaar, Carmel Snow, cunhou a frase que entrou para a história: " Meu querido Christian Dior, suas roupas têm um certo new look ...!"
        A jornalista Carmel Snow também antecipou (ou previu) a importância que a imprensa  norte-americana passaria a ter na moda européia, após a Segunda Grande Guerra.
        Algumas saias do New Look requeriam muito tecido (exigiam cerca de 20 yards, sendo que cada yard representa 91,4 cms). E Dior é criticado pelo excesso. Sir Stafford Cripps, presidente da Câmara de Comércio de Londres declara que "deveria haver uma lei que proibisse tais excessos ..."
        Reações por parte de mulheres europeias expressavam sentimentos diversos. Muitas acham a glamourosa e abundante silhueta do New Look desrespeitosa, dando um clima, uma atmosfera social ao pós-guerra. Algumas mulheres que haviam adotado o New Look são apedrejadas por mulheres que ficam revoltadas com a ostentação de suas compatriotas ... 1300 mulheres do Knee Club, na cidade de Dallas,e 700 mulheres que trabalham em repartições na cidade de Louisville (Ky) assinam uma petição contra o New Look.
        Apesar dos protestos, o estilo lançado por Dior é copiado por muitas empresas norte-americanas. O empresário Neinam Marcus gosta tanto do estilo que a companhia de prêmios dá a Chiristian Dior o seu Oscar of Couture e convida o já célebre estilista francês para um visita aos EUA.
        Dior chega aos EUA em 1947. Neste ano, metade das vendas da Maison Christian Dior são feitas em solo norte-americano. Em 1948, Dior abre sua primeira butique fora da França, ou seja, na 5* Avenida com a 57* Avenida, em Nova York. Ao lançar as meias de seda com a sua grife, Christian Dior se torna o primeiro estilista a licenciar o seu nome.
                      
                                     A GUERRA É O INFERNO

        E a moda dificilmente é uma prioridade. Todavia, no front da moda, inúmeras mudanças são forjadas pela necessidade. De repente, inúmeras mulheres vestiam uniformes, seja nas fábricas, seja nos escritórios, sejam as voluntárias aceitas para serviços de emergência da Marinha.
        "Esta foi a década na qual ninguém se vestia", relembra a socialite C.Z. Guest, "pois não existia moda". Mas os estilistas fizeram o que estava ao seu alcance. O estilista Maxwell desenhou abrigos para as mulheres trabalhadoras usarem nas fábricas; Hattie Carnegie fez os figurinos do show da Broadway "State of Union".
        De 1940 a 1947, o governo norte-americano, através da lei 85, regulamentou e colocou restrições para a indústria do vestuário. Os fabricantes não podiam utilizar ou fabricar roupas com capuz, xales, largos cintos, saias em tecidos encrespados, além das bainhas só poderem ter, no máximo dois inches de largura e só serem permitidos o uso de um bolso nas blusas. Estas restrições, que foram totalmente respeitadas pela indústria têxtil e do vestuário norte-americano,  geraram saias estreitas, suéteres super ajustadas ao corpo e casacos comprimentos 3/4.
       Com tão limitadas opções de vestuário na Europa e nos EUA, muitas mulheres lançavam mão da criatividade ... Na França, algumas delas usavam qualquer adorno que achassem, incluindo ornamentos de árvore de natal ...!

                                       SURGE O BIQUINI

        O parcimonioso traje de banho com duas peças torna-se mais sexy em função das restrições de matéria-prima impostas pela Segunda Grande Guerra.
        Em 1946, o estilista parisiense Louis Reard dá à sua criação o nome do local onde eram feitos os testes nucleares norte-americanos, que vem a ser a Bikini Atoll, no Pacífico Sul.
        Diana Vreeland, então editora de moda da revista Haper's Bazaar afirma que o biquini "foi a mais importante invenção desde o surgimento da bomba atômica."

                                       HOLLYWOOD

        Durante a Segunda Grande Guerra até Hollywood restringe seu resplendor ou seu brilho. "A gente precisava usar figurinos realistas", afirmou a grande Edith Head, consagrada figurinista e estilista. Estrelas como Jane Russel, Lana Turner, Rita Hayworth e Betty Grable se apresentam nos fronts de guerra. Soldados enchem as paredes dos seus alojamentos com as imagens das pinups. 

                                     PERNAS MAQUIADAS

        As mulheres "viram" ou melhor dizendo, reciclam suas meias de seda em paraquedas. Este incentivo incrementou o interesse pelas meias de nylon. A outra alternativa era "maquiagem das pernas": elas desenhavam um um lápis a costura da meia na batata da perna, como uma maneira de vencer/driblar as limitações.           
     






Resultado de imagem para christian dior

  Nota: Imagens da estilista norte-americana Claire McCardell, de Christian Dior e de Hiroshima, bomba atômica - imagem que correu o mundo. Imagens do biquini, que revolucionou  o traje de banho feminino.
  E há o filme  "Hiroshima Mon Amour"de Alain Resnais, dos anos 60. 
O filme aborda a paz em Hiroshima, anos 50. O principal personagem é uma atriz francesa que na sua juventude,durante a Segunda Grande Guerra (1940-45) na cidade de Nevers (França), foi perseguida, após se apaixonar por um oficial alemão. O filme é baseado nas crônicas da imortal escritora francesa Marguerite Duras, que também escreveu o roteiro e os diálogos. 
"Trata-se de um dos filmes que mais influenciaram os jovens intelectuais, engajados politicamente, nos anos 60". 
Resultado de imagem para moda norte-americana durante a Segunda Grande GuerraBelo filme anti-guerra.







Nenhum comentário:

Postar um comentário