sábado, 8 de abril de 2017

MODA É POESIA DO COMPORTAMENTO


           Ao participar, no Rio de Janeiro, no auditório da Academia Brasileira de Letras (ABL) de um bate-papo sobre moda e sociedade, a jornalista Costanza Pascolato declarou: "a moda é poesia do comportamento, não tem lógica"
   
    
        Georges Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) no livro "The road to wigan Pier"resumiu a magia da moda ao escrever: "Você pode ter só três tostões e meio no bolso e nem sequer uma perspectiva em vista .... Mas com a sua roupa nova pode parar na esquina da rua, imaginando que é Clark Gable ou Greta Garbo."
                                    
      No Rio de janeiro,  antiga capital do país e antiga capital da moda nacional, deparei-me, no ônibus com uma senhora que calçava um sapato de camurça, com uma tira, em cima do peito do pé, cravejada de luminosas pedras brancas  (foto postada acima). O intenso brilho das pedras em pleno verão, em plena tarde de sol intenso, quase que cegava quem para aquelas pedras olhasse. E havia um contraste entre a "busca de suntuosidade" do calçado e o chão sujo do ônibus onde havia até pacote vazio de biscoito.  
      Fiquei a me indagar: será que os acessórios e as peças de roupa para peruas dominam o mercado?   O rebuscado, o "barroco" são uma constante na estética do Rio de Janeiro e também na estética nacional?  O estilo das novelas globais, continua sendo muito consumido? Há opções variadas para as mulheres mais cheiinhas? Ou o mercado de moda continua criando peças para mulheres "cabides", não reais? 
                              E as mulheres com mais de cinquenta anos, as mulheres com sessenta anos, as mulheres com setenta anos têm opção de estilo, de acordo com as suas necessidades, ou necessitam comprar o que o mercado de moda lhes impõe?
                          Recordo aqui as palavras do conhecido estilista  Michael Kors (nome artístico do estadunidense Karl Anderson Jr) que li numa entrevista com ele, publicada na revista Veja, editora Abril, edição de 3 de julho de 2013: "Procuro criar o tempo todo imaginando como aquela peça vai cair em alguém da vida real. Eu me preocupo em saber se a mulher vai andar bem com aquele sapato, se sentar confortavelmente com aquele vestido, se a bolsa comporta celular, chaves, óculos. Não dá para só pensar no show do desfile. (...)"
                    
                             

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