quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A RUA AINDA NÃO É NOSSA





 Ruas cheias de lixo,   arrastões  nas praias da zona sul e mais: roubos a transeuntes, carros "estacionados" em cima das calçadas, bicicletas  circulando, em função do medo do trânsito, nas calçadas   o que dificulta a vida dos pedestres; carros e ônibus que avançam sinais fechados e não respeitam os transeuntes e cidadãos; motos que avançam o sinal: atropelamentos e mortes no trânsito são, infelizmente, comuns. Chegam a ser banais ...     Assim como são banais as tais "balas perdidas", os tiroteios nas"ex"favelas, atuais comunidades,  e os assaltos  a  qualquer hora . A milicia  garante o "sossego" nos bares, botequins, restaurantes e lojas seja na zona sul, seja na zona norte . Olhar vitrine, só se for nos shoppings centers ... Rio 40 Graus. Rio, cidade  linda, mas muito violenta. Chega a ser desumana . 
O autor e diretor de teatro, Gerald Thomas declarou, recentemente, que o brasileiro não valoriza a vida.
    

     Estas reflexões sobre a realidade da cidadania no Rio de Janeiro, sobre a realidade da vida urbana/cidadão urbano vieram à tona quando participei,  junto com a jornalista  Betty Feliz e os professores Juliana Zuccolotto e Josué Vix  na FAESA (Vitória, Espirito Santo) de uma mesa redonda sobre "O individuo Urbano", na terceira Semana da Arquitetura e Design.
     Na reflexão, no diálogo com os alunos da faculdade de design da FAESA chegou-se à conclusão que o espaço urbano (nacional) ainda é violento,e como....!
      O medo de assaltos, faz com que as mulheres , na zona sul e zona norte do Rio de Janeiro andem com bolsas atravessadas, na diagonal, que evitem usar, no pescoço, correntes de ouro ou simplesmente douradas (vai que achem que é ouro ...!) e procurem se vestir com simplicidade, despojamento, para não chamarem a atenção de possiveis assaltantes. 
     Na ida a banco, nada de retirar, na boca do caixa ou nas caixas eletrônicas uma quantia expressiva: são comuns os assaltos "na saída" do banco.
       Idosos , mulheres e adolescentes são alvo constante de assaltos no espaço urbano.
         Para se andar pela cidade é necessário estar atento (a) o tempo todo. Na coluna do Anselmo Góis (jornal O Globo, 30/11/2014) há uma nota sobre um restaurante (caro e chique) que colocou (pasme!) um lacre que prende a bolsa em uma cadeira. É um lacre antifurto pois o ladrão pode estar ao seu lado ....!  

      Desconfiança,  medo e pânico são alimentados, diariamente, E a violência nunca perde o seu imenso fôlego. As leis de convivência são diariamente desrespeitadas.
     Quem ganha com isto são as empresas que vendem grades, sistemas eletrônicos de segurança , as milicias urbanas e as empresas de segurança. Há milhares de empresas de segurança responsáveis por um "exército" extra-oficial.  Enquanto milhões de cidadãos vivem amendontrados, com medo de andar pelo espaço urbano, sobretudo à noite, alguns" privilegiados" ganham verdadeiras fortunas vendendo  segurança .... 
Ou seja, a violência e o medo geram a venda, o comercio intenso e extremamente lucrativo  da segurança . Quem nasceu primeiro: a galinha ou o ovo?
           





















Nas fotos, destaco as obras de Meton Joffily de Alencar que realiza uma  crítica à violência urbana, no caso carioca, sem usar sequer uma palavra. Admiro sua arte.






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