quinta-feira, 6 de novembro de 2014

LIVRE PENSAR: MODA E FEMINILIDADE

















A Moda do século XX definiu-se tipicamente contrária ao corpo maternal.  A minissaia também era antimaternal. Combinada com a mania dos anos 60 de magreza expressava uma resistência às exigências da feminilidade madura.

     Talvez seja significativo que a minissaia coincidiu com a introdução da pílula.
     Nos anos 60, o discurso da liberação sexual, que o estabelecimento chamava de permissividade e a contra-cultura chamava de amor livre, paradoxalmente mostrou ser controlador para as mulheres. Foi contra a descoberta da falsa liberdade que a raiva do Movimento de Libertação da Mulher, em 1968, deu forma a si mesmo. Esquerda e direita, contracultura e estabelecimento, tinham algo em comum: ambos definiam a mulher em relação a sua sexualidade de um modo em que a aparência era ainda o termo dominante.
     A rejeição feminista à moda foi articulada como repúdio aos esteriótipos sexuais; implicita nesta articulação estava a rejeição ao narcisismo. Narcisismo é tradicionalmente uma prerrogativa feminina, uma característica imputada às mulheres no patriarcado para confirmar sua inferioridade.
     A identidade de uma mulher pode ser definida, posicionada, pela sua aparência?

Nenhum comentário:

Postar um comentário