segunda-feira, 16 de novembro de 2015

COMO ERA GOSTOSO O NOSSO FRANCÊS




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      "Quando a família imperial portuguesa desembarcou, em 1808 no Brasil, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, trouxe,consigo, um extenso vestuário francês. A corte portuguesa, na época, se vestia à moda francesa. Pois era a França quem determinava a moda da grande maioria das cortes européias. 
    

     Daí que durante mais de um século, o Brasil desassociou o vestir do clima: vestir à moda francesa, era chique. Que se danasse o fato do país ser tropical e no verão fazer 40 graus!!  
     
     No livro "Mulheres no poder"- trajetória na política a partir da luta das sufragistas do Brasil - de Schuma Schumaker e Antonia Ceva  (Edições de Janeiro, RJ, 2015) é destacado,em um breve texto histórico, que quando a família imperial aqui chegou "a aristocracia local, deslumbrada com a nobreza lusitana, começou a erguer edifícios para morar. A ostentação era observada também nas festas e nos saraus, restritos à fidalguia, e ainda chamava a atenção as vestimentas impróprias para um país tropical." 
     
    As primeiras modistas que surgiram no Rio de Janeiro, com a chegada da familia real portuguesa, eram francesas. 
       Inspirado na revolução norte-americana de 1776 e na revolução francesa, de 1789, o nosso Tiradentes e os demais "inconfidentes" -- que falavam/liam e escreviam em francês e português --  sonharam em conquistar a nossa república com uma luta por ideias. E entre estes ideais, havia, para Tiradentes, a forte crença que se devia estimular o desenvolvimento da nossa incipiente industria têxtil que cedo havia sido condenada por decreto de D.Maria,mãe de D. João VI, que entrou para a história como "A louca".
      Aqui, no século XVIII, só era permitido fabricar panos baratos, como a nossa chita, que eram utilizados para "cobrir" os corpos dos escravos. 
     A nobreza e a burguesia deveriam vestir-se  apenas utilizando tecidos, moldes e modelos que vinham da Europa, mais precisamente da França (via Portugal) que tinha acordos comerciais fortes com a coroa portuguesa. Até os sapatos tinham que ser importados. Era proibido, no século XVIII, o exercício da profissão de sapateiro e a produção de calçados no Brasil. Vale destacar, que os escravos, a maioria da população, só podiam andar descalços.
      A cultura francesa, durante muito tempo, dominou o Brasil colônia, o Brasil Império e o Brasil República.
    E o francês dominou, culturalmente o Brasil inclusive  no século XIX e grande parte do século XX. 
      Os bons colégios para moças burguesas eram de freiras francesas: No Rio de Janeiro havia, entre outros, os colégios "Sacré-Coeur de Marie" e "Sion". Em São Paulo destacava-se o " Les Oiseaux", onde, por exemplo,  estudou a  (ex-deputada, ex-senadora, ex-prefeita) Marta Suplicy.
    A maioria destes colégios católicos franceses surgiram no Brasil no inicio do século XX, e tinham como objetivo "formar culturalmente as moças de famílias burguesas para serem esposas e donas-de-casa exemplares.No pacote de "formação de boas moças de família" estava incluída a coleção de livros M.Delly . Até 1924, os livros de M.Delly eram lidos só em francês. A partir de 1925, a Companhia Editora Nacional, de Monteiro Lobato, foi responsável pela edição dos livros de M. Delly em português ... de Portugal. Pois era de Portugal que vinham as traduções. 
       No livro "O Brasil tem estilo?", (editora Senac, 2000) faço uma reflexão sobre a forte influência da cultura francesa na educação das moças e mulheres da burguesia e também na vida cultural  do Brasil já que os intelectuais, também liam, escreviam e  falavam francês.  
     Pois antes de os EUA irradiarem, para nós, idéias e brilhos, modos, modas e costumes, com a sua imensa produção cultural, quem nos influenciava  era a terra de Baudelaire, que vem ser a mesma terra de Godard, Truffaut, Flaubert, da Nouvelle Vague, de Rimbaud, Proust, Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre, de Camus, Georges Simenon (criador do personagem Maigret), Edith Piaf, Charles Aznavour, Georges Moustaki. E aqui, se incluem estilistas consagrados como Louis Leroy e sua linha império, Paul Poiret, Chanel, Christian Dior e o seu New Look, Yves Saint Laurent. Ou seja, o peso da balança cultural francesa foi enorme entre nós.  
         Havia inclusive ditados franceses, que ouvi, repetidos por minhas avós Marieta e Clotilde, por minhas tias Maria José , Maria Neisse e Noêmia. Lembro-me do ditado: "tout casse, tout passe, tout lasse" - em poucas palavras, o tempo quebra paradigmas e certezas, o tempo satura, o tempo substitui planos e sonhos. 
      Sem dúvida, a França de hoje não é a França do passado. Mas a França  foi responsável,  no passado recente,  pela formação de inúmeros intelectuais brasileiros, assim como foi responsável pela  definição estética da burguesia nacional,  do que era considerado " chic, trés chic", traduzindo sonhos estéticos no vestir, no feminino e no masculino.
      
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Acima e abaixo, imagens da chegada da familia real portuguesa no Brasil, imagens do filme "Como era gostoso o meu francês" , de Nelson Pereira dos Santos, 1971; cartaz do filme "Carlota Joaquina", com Marieta Severo e Marcos Nanini, de Carla Camurati e mais ilustrações de Debret e algumas postagens que circulam nas redes sociais.

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http://rd1.ig.com.br/a-procura-de-uma-lagrima-na-globo-pela-tragedia-em-minas-gerais/

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1674726249407421&set=gm.1031574576873243&type=3


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http://noticiashare.blogspot.com.br/2015/11/franca-acende-luzes-da-torre-eiffel-com.html

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=930687593673087&set=a.407099492698569.104007.100001955660351&type=3



Resenha do filme: Como era gostoso o meu Frances
É um filme brasileiro de 1971, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, acontece no Brasil em 1594, onde um prisioneiro francês, que consegue escaparda morte após ser jogado em um rio com uma bola presa ao seu pé. Mas irá se tornar prisioneiro de uma tribo de tupinambás. ( Os tupinambás eram canibais, e se alimentavam dos franceses que elesmatavam. No inicio do filme aparecem figuras que detalham e representam os rituais.)
Os índios e as índias se pintavam de urucum, proporcionando a eles aquela cor bonita e dourada, e eles tinham o habitode usar poucas ou nenhuma roupa, e tomar banho nos rios ou no mar.
Quando o Frances capturado chega a tribo as índias puxam eles por uma corda, brincam, dançam e gritam “olha nossa comida”. Osnativos não maltratavam nem torturavam os seus prisioneiros. Segundo a tradição tupinambá, quando um prisioneiro chagava a aldeia, era recepcionado por mulheres e crianças. Em seguida . era bem alimentadoe ainda recebia uma esposa que conviveria com ele até o dia de sua execução.
Em uma cena do filme as índias imitam o som de choro e servem um Frances na rede, este é um negociador que vem atrás depimenta e pau-brasil. Os choros e gritos das índias cessam quando o índio grita “chega”, e isso significa que chegou a hora delas recolherem as comidas pois dará inicio as negociações. Nessa cena osíndios negociam o pau-brasil e apimenta, por instrumentos de trabalho, tecidos e contas.
O Frances então começa a seguir os hábitos dos tupinambás, cortando os cabelos e se desfazendo de suas roupas,passando assim a andar nu. Aprende a trabalhar nas colheitas, a usar o arco e flecha, tomar banho nos rios e se apaixona por uma índia vivendo ao lado dela a maior parte do filme.
Depois de oitomeses juntos a tribo, o cativo está pronto para ser devorado pelos canibais. Ocorre então o ensaio do ritual onde o cativo e sua esposa ritual se encontram numa pedra; ao fundo, o mar e as montanhas....


Entre les deux, mon cœur balance
L'expression a fait son temps
Entre les deux, ce qui balance
C'est le vent

Entre les deux, je me balance
À contre-pied, à contretemps
Entre les deux, je me balade
À blanc

De l'un à l'autre, en acrobate,
À contrecœur, me défaussant
Je me réajuste à la hâte
Pour le suivant

De l'un à l'autre, à cloche-pied,
Sur le fil qui lie mes amants
J'équilibre mes avancées
En suspens

Entre les deux, en balancier
Contre sa peau me réveillant
Il est temps d'aller me coucher
On m'attend {ad lib}
Entre os dois (o meu saldo do coração)

Equilíbrio entre os dois o coração, minha
O termo teve seu dia
Entre os dois, que o equilíbrio
O vento

No meio, eu balanço
Indo contra o chão, fora da estação
No meio, eu passeio
Em Branco

De um para outro, acrobata,
Relutantemente, eu descartando
Eu apressadamente reajusta
Para o seguinte

De um para outro, pulando,
Sobre o fio que conecta os meus amantes
Eu balanço minha avançados
Excelente

Entre os dois em equilíbrio
Acordei contra a sua pele
É hora de ir para a cama
Eu sou esperado {ad lib}
https://youtu.be/yEL0njTzepU?t=92







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