terça-feira, 24 de novembro de 2015

NEGROS E INDIOS ANDAVAM NUS, NO BRASIL.






      Pois é, lendo "Mestres, artífices, oficiais e aprendizes no Brasil", excelente livro escrito por Pietro Maria Bardi, descubro que no Brasil colônia e no Brasil Império, a nudez era constante entre os índios e os negros. 
   
    
     "A terra, conforme relatava padre Nóbrega ao seu companheiro Simão, se apresentava (...) toda povoada de gente que anda nua, assim mulheres como homens. O nudismo desconcertava os portugueses, mas não os rivais calvinistas da França Antártica, descritos por Anchieta, 'barbarizados como os índios'. (....) Feito selvagens .... comendo, bebendo,bailando e cantando com eles; pintam-se com as suas tintas pretas e vermelhas", afirma Pietro Maria Bardi.
     Os índios andavam nus, porque assim  expressavam a sua cultura. Já os negros, de acordo com Pietro Maria Bardi, "eram mantidos nus ou quase nus "por economia." Costume que durou por séculos.
      Diz Pietro M. Bardi: "Ainda em 1820, num relatório do físico-mor Justiniano de Mello Franco, enviado ao capitão-general, lê-se que no hospital de São Paulo, 'os escravos de sua majestade que aqui servem andam quase nus"

      Mas, de acordo com Pietro M. Bardi, o tempo flui, expande-se a evangelização e "lentamente índios e pretos vestem algum traje sumário. (...) Na Bahia, quando havia visita de algum gabarito, as autoridades mandavam o pessoal que andava nu ou semi-nu, trajar-se." 
    Civilizar então , era também vestir. E portanto era necessário existir tecidos. Daí terem surgido, no Brasil colônia, as tecelagens. 

     Diz Pietro: "Inicialmente eram utilizados teares rústicos em formato horizontal, com dois quadros de liços ligados aos pedais por cordas de sisal, lançadeiras com bobina, o carretel. O material era o algodão, passando pela 'descaroçadeira', a fibra limpa num 'arco' de bambú, o fio 'tirado no dedo', torcido e urdido. 

     Carpinteiros e marceneiros copiavam os teares vindo de Portugal, modificando-os e aperfeiçoando-os, adaptando aos pentes talo de palmeiras ou hastes de tabocas."
     Na segunda metade do 'Setecentos' é que as manufaturas têxteis deixam de ser domésticas e passam a se organizar em um sistema pré-industrial. 
     E em 1785, há (via D. Maria I - mãe de D. João VI)  uma devassa no oficio das tecelagens/tecelãs, a fim de limitá-lo "a produzir somente 'pano grosso para vestir escravos (já 'civilizados' e já 'evangelizados') e fabricar sacarias. Dona Maria I ordenou a eliminação das oficinas de tecidos. E foram as mulheres que ficaram desempregadas, pois cabia a elas tecer. Pois tecer era o oficio  das mulheres (pobres, escravas) no Brasil Colonial. Nos conventos de freiras também se tecia, se bordava e se realizava trabalhos de crochê e renda.
      
       Nas imagens: índios nus e índios (atuais) com bermudas,ou seja,  índios já 'civilizados'. E nas demais imagens, os negros em navios negreiros, sendo castigados/torturados  e trabalhando para os seus "senhores": os patrões/senhores donos dos escravos vestidos à moda européia e eles, os negros, com bastante pouca roupa, muitas vezes apenas com trapos e nada mais. 
      
     Fonte: livro "Mestres, artífices, oficiais e aprendizes no Brasil". Pietro Maria Bardi, 1981.
         










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http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/unica-autobiografia-de-ex-escravo-no-brasil-e-traduzida/


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