VIVA A DIVERSIDADE

    “O comportamento 
de cada ser humano se molda pelos padrões culturais, históricos, do grupo em que ele, indivíduo, nasce e cresce.” Faya Ostrower – artista plástica e escritora 



     Quando parecia que todos os corpos femininos estavam padronizados e que todas as mulheres brasileiras estavam submetidas às leis estéticas do mercado,eis que surgiu dia 28 de outubro,  em plena Cinelândia (centro, RJ) a atriz Luciana Pedrosa -- uma gordinha, uma super cheinha, não malhada, não siliconada, sem peitos e bunda "modelados" por cirurgias plasticas.  Vale lembrar que o Brasil é campeão em cirurgias plásticas .  


     Cheia de graça a atriz Luciana Pedrosa desfilou nua, dizendo um não às ideias conservadoras. Foi aplaudida. ovacionada e as demais mulheres, que assistiram à sua apresentação no ato "mulheres contra Cunha*", falavam em alto e bom som: "Nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito".
     Com a sua performance, Luciana defendeu a liberdade do corpo feminino e o respeito à diversidade: corpo feminino não é só magro, longilíneo. Há muitas mulheres que são cheiinhas , outras são baixinhas, outras têm uma barriguinha; há quem tenha quadris largos, etc. Há corpos de todos os tipos. 
Quando eu respondia, nos anos 90,  na Revista Manequim (editora Abril) às cartas de leitoras ficava fascinava com as perguntas, os questionamentos, as dúvidas sinceramente colocadas em cada carta. Ao dizerem "não sei o que vestir", "não encontro o que gosto", "tenho vergonha disto ou daquilo", elas, leitoras da revista Manequim (editora Abril) estavam sendo muito corajosas, pois questionavam os valores estéticos  vigentes em nossa sociedade. E como eles (e infelizmente ainda são) rígidos ...! Exige-se a cada mulher que seja tão bela quanto uma modelo. Ou seja, que seja jovem, que tenha uma boa altura, corpo longilíneo e, de preferência, para fazer ainda mais sucesso, que seja branca, se possível, loira, gênero anglo-saxão. 
     Pensar a beleza feminina fora da "caixa", fora dos esteriótipos de magreza e juventude é uma necessidade. Pois não se pode enquadrar todas nós, mulheres, em rígidos padrões de beleza. Viva a diversidade, e a liberdade de cada mulher ser o que é.

Imagens da atriz  Luciana Pedrosa, "que começou a carreira de atriz aos 19 anos, quando entrou para o Grupo de Teatro Tá na Rua", criado por Amir Haddad. Fonte: jornal O Globo.

* Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB-RJ), atual presidente da Câmara dos deputados, responsável por um projeto de lei que modifica a Lei de Atendimento às Vitimas de Violência Sexual. Segundo o jornal O Globo (edição de 29 de outubro), "entre outros aspectos, a PL 5069/13 prevê cadeia para quem ajudar ou induzir uma mulher a fazer um aborto,  exige a apresentação de boletim de ocorrência para que a mulher violentada seja atendida em centros de saúde, e passa a entender a existência do estupro só quando há danos físicos comprovados por exame de corpo delito." Trata-se em poucas palavras, de um retrocesso, da negação das conquistas femininas a partir dos anos 70, através dos movimentos feministas.

Mais informações, reflexões:
https://www.facebook.com/428851763841596/photos/a.428888540504585.100572.428851763841596/1018489991544434/?type=3

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https://www.facebook.com/tarcisio.dalmeida/videos/10154286370668942/


https://www.facebook.com/sigajandira2/photos/a.213345118700158.60527.208153919219278/1068864273148234/?type=3

"Acho que sou ingênuo demais ou excessivamente esperto . O fato é que jamais compreendi o escândalo das pessoas com a nudez – a começar pela palavra: em vez de “nu”, escrevem “pelado”, que deve ser o antônimo de “peludo”; nome feio e sem propósito.
Afinal, por que implicar com maravilhas multifuncionais como a mama das mulheres? Por que sujeitos desmamados há tempo se escandalizam ao vê-las?
E os órgãos sexuais? O gineceu das flores, tão bonito nelas, levado ao corpo feminino, enfeia? Mas se de lá viemos?
E o pênis? Símbolo tão importante na cultura, presente dos obeliscos à cúpula das catedrais, parlamentos e mesquitas, no entanto irrelevante no dia-a-dia; dá medo?
Por que será o corpo humano – aquilo que temos do começo ao fim da vida, mesmo doentes ou em desgraça – sujeito a tantos vetos?
A conclusão a que chego é que, com exceção de raros povos inteligentes, por isso ditos primitivos e em fase de extinção, somos sociedades inseguras de pessoas com mentes deformadas.
E há também quem se aproveite disso para fazer plateia."  Professor Nilson Lage

https://medium.com/jornalistas-livr…/toda-nudez-2544c61d6562