"Eu só quero é ser feliz e andar tranquilamente com a roupa que eu escolhi"; "Minha luta é por respeito: mulher não é só peito e bunda"- Assim falavam as mulheres nas recentes manifestações femininas -- contra a PL 5069, contra o político carioca Eduardo Consentino da Cunha. As passeatas, as manifestações femininas tomaram conta de várias cidades brasileiras.
Questões femininas, questões de construção de gênero: nada disso soava estranho para Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón Rivera, ou simplesmente, Frida Kahlo, nascida em 1907 e que aos 13 anos contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida.
A poliomielite deixou Frida com uma séria lesão no pé direito. Passou a ser vitima do que hoje se chama bullying: implicavam com a sua maneira de andar e passaram a chamá-la de "Frida pata de palo", numa tradução para o português, Frida perna de pau.
Ela vivia no México, era o ano de 1920, ou seja , ainda não era moda mulheres usarem calças compridas. Mas Frida não teve dúvidas. Observou seu corpo, sem ter medo e sem ter pena de si mesma - consciente que era da sua deficiência fisica - e resolveu vestir sempre calças compridas e longas e exóticas saias.
Ao criar um estilo todo seu, respeitando o seu corpo, Frida se eternizou .
Suas longas e exóticas saias eram inspiradas na cultura indígena mexicana. Assim, Frida passou também a fazer uma homenagem à índia mexicana que foi sua babá e que, de acordo com um dos seus quadros, lhe deu inclusive de mamar.
O que emociona em Frida é que, seu jeito de vestir, expressa a sua personalidade e o seu jeito de viver. Ela jamais se submeteu à moda oficial.
Ela tinha uma maneira toda sua de adornar o corpo, sobretudo após sofrer, aos 18 anos, um grande acidente: um bonde no qual viajava, chocou-se com um trem e o para-choque de um dos veículos perfurou suas costas, atravessou seu pélvis e saiu pela vagina. Ficou meses, entre a vida e a morte, no hospital e teve que fazer diversas cirurgias. Posteriormente, passou a usar coletes ortopédicos: chegou a pintar um deles - tela intitulada "A coluna partida".
Frida sofreu com limitações fisicas, sofreu com intensas dores físicas, mas nunca se deixou abater. Através de suas atividades politicas, era do partido comunista mexicano, através das suas célebres pinturas, registrou preocupações sociais, convicções políticas, registrou sentimentos, registrou a história do seu país e a sua própria história.
Participou de inúmeras manifestações de rua organizadas pelos comunistas mexicanos. Seu casamento com o artista plastico Diego Rivera, também comunista, foi tumultuado: Frida e Diego tinham personalidades fortes e casos extraconjugais. Bissexual, ela costumava ter relacionamentos com mulheres, inclusive com mulheres casadas com homens. Diego só tinha ciúmes quando Frida o traia com outro homem.
Célebre foi o seu caso com o marxista e revolucionário bolchevique Leon Trótsky. Diz a história que Frida teve um caso com Leon para se vingar de Diego, seu marido, que havia se envolvido com a sua irmã mais nova, que se chamava Cristina.
Brigaram, se separaram e depois voltaram a se casar. Só que da segunda vez passaram a morar cada um na sua casa, isto bem antes do casal francês Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir despontarem para o estrelato, com o seu casamento aberto. E também bem antes de Simone de Beauvoir lançar o livro "O Segundo Sexo" (publicado em 1949, em Paris, França)e que detonou, um grande movimento feminista nos anos 60-70,do século XX, em todo os países ocidentais do planeta terra.
Frida, que faleceu em 1954, deixou uma clara lição para mulheres: sejam vocês mesmas,se respeitem e vistam o que se adapta aos seus corpos; não submetam seus corpos às exigências da moda.
E seu exemplo criou ecos. De acordo com o site e a página no facebook da Industria Têxtil Vestuário, em alguns países europeus há , atualmente, uma industria que vê/enxerga os corpos deficientes, que não mais ficam marginalizados, excluídos da sociedade.
E no Brasil, também segundo a Industria Têxtil Vestuário, uma boa noticia: a empresária paulistana Ana Cristina Akerman , após enfrentar o câncer, três vezes , criou uma linha de roupas para quem possui dificuldades motoras, para portadores de doenças que restringem o movimento - do (a) cadeirante ao (à) que quebrou o braço. Ana Cristina batizou sua marca de "Adaptawear".
http://textileindustry.ning.com/forum/topics/
Nas imagens escaneadas, fotos de Frida,inclusive fotos suas com o Diego Rivera, seu marido e imagens dos seus célebres quadros, que eram, na verdades "selfies" - pois Frida pintava a si mesma, pintava o seu corpo mutilado, pintava/retratava a sua limitação física. Limitação esta que a levou a gerar um estilo todo seu, muito pessoal, de se vestir. Hoje, Frida é moda, Frida é cultura/comportamento/jeito de ser, que inspira muitas mulheres do século XXI.
http://textileindustry.ning.com/forum/topics/ap-s-enfrentar-dois-tratamentos-contra-o-c-ncer-ana-ekerman-teve
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=902313573157831&set=p.902313573157831&type=3
http://yhoo.it/1Nj5mf0
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Foto de Che Guevara, de Alberto Korda - uma das imagens mais consumidas no mundo.
https://www.facebook.com/canalmoritzptnet/videos/862381397167662/
http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/11/campanha-pede-reducao-de-direitos-de-pessoas-com-deficiencia/
https://www.facebook.com/clinicamegaimagem/photos/a.350515421637469.83715.275700499118962/487161917972818/?type=3
https://www.facebook.com/hintmag/photos/pcb.10156238571395261/10156238529595261/?type=3
https://marchamulheres.wordpress.com/2014/07/07/siempre-revolucionaria-nunca-muerta-nunca-inutil-a-vida-politica-de-frida-kahlo/
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