sábado, 26 de julho de 2014

CONCLUSÃO: VESTES EUROPÉIAS; EDUCAÇÃO RESTRITA






     A fase colonial, quando todos os produtos do vestuário eram trazidos diretamente da Europa, através de comerciantes portugueses, perdura quase até o início do século XX.
     Em 1808, quando a familia imperial vem morar no Brasil, fugindo das invasões napoleônicas, inicia-se um incipiente comércio local, à base de importados. E o Brasil, após D. João VI se instalar aqui com sua familia, é promovido, um tempo depois, à condição de Reino Unido.

     "Dom João VI, embora criando no Brasil alguns estabelecimentos de instrução pública, temia as consequências do progresso cultural do país; daí o projeto de manter o Brasil estacionado (quase) no ponto a que havia chegado. A falta de instrução no Brasil obrigava as famílias ricas a enviar os filhos às casas de ensino da Europa". Este comentário foi retirado do tomo terceiro da coleção "Viagem pitoresca e histórica ao Brasil", de Jean Baptiste Debret, pintor que veio junto com a comitiva de artistas franceses, que chegaram ao Rio de Janeiro, em março de 1816, a fim de constituir o núcleo da Academia de Artes.
     Dos artistas que no Brasil moraram durante seis anos, recebendo, a título de pensão alimentar, vencimentos mensais de cinco mil francos, Debret foi o que mais utilizou seus pincéis e telas para retratar o cotidiano da familia real, o cotidiano da cidade, o cotidiano dos escravos. E nas gravuras de J.B.Debret pode-se constatar que historicamente a roupa no Brasil sempre foi utilizada para demarcar fronteiras sociais. Para os nobres e a burguesia, o estilo que vinha importado, da Europa. Para os escravos, um estilo que não seguia tendências francesas, nem nos tecidos, nem na modelagem/corte. Trocando em miúdos, no Brasil de ontem, assim como hoje, adota-se o seguinte lema: "diz-me o que vestes e eu te direi quem és."

     

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