segunda-feira, 21 de julho de 2014

TIRADENTES E A HISTÓRIA DA MODA NO BRASIL III




     De acordo com o historiador Luis Edmundo, "São extintos, quebrados a martelo todos os teares do Brasil no ano de 1780/81, sendo que se proíbe aos governadores o recebimento em audiência de pessoas vestindo roupas feitas com tecidos não fabricados na Metrópole (...). Até os sapateiros não podiam trabalhar em couro que não tivesse vindo da longínqua Metrópole."
     Vale ressaltar que o ouro, retirado das terras de Minas Gerais, era enviado para Portugal em estado bruto. Lá era "trabalhado" como matéria-prima pelos ourives e, posteriormente, retornava ao Brasil como joia para adornar as cabeças, as orelhas, os colos e os braços das mulheres da nobreza e burguesia que tinham dinheiro para adquirir aquelas jóias, com design europeu e preços exorbitantes.





     Tiradentes, um homem que lia muito, um homem culto, parecia saber que a indústria têxtil, como tudo mais que é produzido ou gerado pelo trabalho do ser humano, faz parte da cultura. Ou seja, as roupas feitas com tecidos portugueses e inspiradas em moldes e modelos franceses eram frutos de uma cultura que não era nossa. Nada tinham a ver com o nosso clima. Mas estas roupas de antigamente, assim como as que vestimos hoje, faziam e fazem parte da história cultural do nosso país. 
     Olhando para trás para enxergar à frente, uma coisa me parece certa: Joaquim José da Silva Xavier enxergava, no final do século XVIII, a indústria da tecelagem e, consequentemente, a moda, como uma "alavanca" que colaboraria para a definição de uma cultura nacional, além de gerar empregos e independência financeira

(daqui a dois dias colocarei mais um capítulo). Grata pela atenção










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