sábado, 24 de maio de 2014

BUNDA:MANIA (OBSESSÃO) NACIONAL?

Foto: Olhem como estamos sendo apresentados pela imprensa inglesa. Isso estimula o turismo sexual na véspera da Copa? O Brasil também é culpado por essa imagem ? ---http://goo.gl/6BDm2G

     Ninguém sabe e não há registro histórico de como começou a incrível atração do brasileiro pelas bundas, bundas femininas! Comenta-se, no boca a boca, que no tempo  em que havia escravidão no Brasil, os senhores, donos de escravos, faziam sexo anal com suas escravas para evitar o nascimento de (mais) filhos bastardos. Filho ou filha não reconhecido pelo pai, era bastardo (a). Bom lembrar que não havia, na época, exame de DNA.
     Tempos depois quem aderiu ao sexo anal foram as  moças de classe média e alta que eram obrigadas a se casarem virgens. Mas como resistir aos prazeres? 
   

     O jeito, o jeitinho que as moças de familia davam era ... ter relação anal com seus namorados. Afinal, necessitavam preservar o hímem, que era sinônimo de pureza ...
     A "moda"do sexo anal, pegou e foi praticado, sem culpas,  por muitas moças que estudavam em colégios tradicionais, colégios de freira. Elas comungavam, viviam com véus/mantas na cabeça e terço na mão, confessavam-se pelo menos uma vez por semana. Mas praticavam,por debaixo dos panos, o sexo anal com seus namorados.  E ainda passavam por "santinhas" e tiravam notas  (altas)de bom comportamento na escola ... Êta hipocrisia ...!!!
     
     A virgindade necessitava ser preservada, pois era exigida de toda e qualquer moça que sonhava em se casar. E todas sonhavam com o casamento, o caminho natural de toda e qualquer mulher. 
     A sociedade exigia: mulher direita tinha que se casar virgem. E a "pureza" tinha que ser mantida e externada, socialmente, na postura, na forma de se vestir, no jeito de falar e de olhar ...
     A prática, oficiosa, por debaixo de todos os panos, do sexo anal garantia a virgindade, que valia muito, na hora do casamento. Afinal, nem todo hímem era (é) complacente. De acordo com os dicionários há diversos tipos de hímem, inclusive o fechado, o imperfurado, etc.
          Quem ousava perder o hímem, muitas vezes recorria a uma cirurgia plástica, para "colocar no lugar" a prova da pureza...!
     E a história continuou, sendo passada (oralmente) de mãe para filha, até os anos 60, do século XX, quando houve a liberação dos costumes, a liberação sexual, o surgimento da pílula anticoncepcional.
      Mas a história do tesão na bunda, continua. Até bem pouco tempo , ou seja, no inicio do século XXI, ainda se vendia cartões postais com bundas ao sol, em nossas praias. Abaixo, escaniei dois cartões que comprei, faz poucos anos, em jornaleiros da zona sul do Rio de Janeiro. Esses cartões  (fotos com bundas) turistas que vinham ao Rio de Janeiro compravam e enviavam para os seus países. 
     Por aqui, quanto mais a exibimos, mais são curtidas. Há cirurgiões plásticos brasileiros que são os maiores especialistas/experts do mundo, em "colocação" de próteses de silicone (tamanhos P, M, G) no ... bumbum. Para quem não deseja se arriscar a fazer uma cirurgia plástica há à venda em todo Brasil, as calcinhas com enchimento no bunda, deixando-a maior, durinha, arrebitada, etc
      Rita Lee contestou/questionou essa "adoração pela bunda" cantando a música "Pagu", cuja letra afirma que "nem toda mulher é bunda".
       Abaixo vou colocar trechos do "Manifesto à nação: a bunda é nossa" escrito pelo imortal Jorge Amado, que soube, como poucos, registrar com graça e estilo as "manias nacionais"

     "A bunda, Ah! a bunda é nossa! Única e verdadeira paixão nacional. A bunda realiza o milagre da unanimidade - só não a ama, só não a desejam soberana, só não sentem tesão por ela os tolos, os imbecis, os salafrários. Deus é brasileiro. A bunda também. 
     E mais ainda a bunda brasileira prossegue campeã mundial, aclamada pelas massas populares, cantada pelos poetas, símbolo maior da beleza, do desejo, da ânsia de perfeição do povo:a bunda é a bandeira e desafio, afirmação e vitória, viva!
     (...)A bunda na viração da tarde, na popa do saveiro (...) a bunda no verso de Drummond, na curva do traço de Niemeyer, na cantiga do Caymmi, no quadro de Carybé, a bunda brasileira. (...)      
     Ora, acontece que a bunda está ameaçada, pode ser condenada a desaparecer das ruas, levantam-se contra a sua festa a moral de direita e a ideologia de esquerda em aliança espúria (...) Uma conspiração está em marcha contra a cultura nacional: querem nos virar pelo avesso, impondo-nos hábitos e gostos estrangeiros. Em lugar do homem cordial, o homem violento, em lugar da festa, a solidão. (...) Projetam expulsar a bunda das praias, retirá-las das quadras de samba, das passarelas de carnaval. Em vez da banda redonda, rebolosa, teremos o horror das tetas imensas, das mamas descomunais, ao (mau) gosto dos gringos, os fundamentos da nossa cultura correm perigo.
     Diante de tão grave ameaça, conclamo os homens de boa vontade e, sobretudo, os de má vontade - aqueles que resistem à bobagem e ao elitismo - a se unirem para que possamos, desorganizados e inventivos , salvar a bunda, impedir que acabem com o que nos resta de nossa amorável imperfeição: a imperfeição é bela e criadora, a bunda é a graça e a alegria. Avante povo, para salvar a bunda, bunda afora, a bunda é nossa!" (texto do imortal Jorge Amado - Saravá!)
    
  

Abaixo, dois cartões postais.


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